Tesouro Direto: Analistas recomendam investir em Tesouro IPCA+ 2026 ou 2035?
O Tesouro Direto voltou ao radar dos investidores com o recente estresse da curva futura de juros e o ímpeto da inflação no Brasil, que permanece elevada e deixa para trás os meses de deflação.
Os títulos indexados a inflação, conhecidos como Tesouro IPCA+, passaram a ocupar posição de destaque nas recomendações de analistas de renda fixa, desbancando até a preferência por títulos pós-fixados, como o Tesouro Selic, que seguem atrativos com a taxa Selic a 13,75% ao ano.
No Tesouro Direto, existem duas modalidades de papéis atrelados ao IPCA. O primeiro tipo protege o poder de compra do investidor com o efeito dos juros compostos. Já o segundo tipo tem pagamento de juros semestrais e é indicado para quem já tem patrimônio acumulado para viver de renda.
Entre os títulos que protegem o poder de compra no Tesouro Direto, o investidor encontra três faixas de vencimentos: 2026, 2035 e 2045. Para os profissionais de mercado, os melhores prazos no Tesouro IPCA+ se concentram nos vencimentos mais curtos.
Tesouro IPCA+ 2026 ou 2035?
Em relatório, a Levante recomendou a compra do Tesouro IPCA+ 2026, que ultimamente remunera juros reais ao redor de 6,3% ao ano, por conta da indefinição com relação à política fiscal do governo Lula.
A PEC da Transição tocada pelo governo eleito foi protocolado no Congresso nesta semana, em que se prevê a retirada de R$ 175 bilhões usados para pagar o Bolsa Família do teto de gastos e mais um acréscimo de R$ 23 bilhões para investimentos.
Enquanto as discussões em torno do texto estiveram rolando no Congresso, causando indefinições para as contas públicas brasileiras no futuro, a janela para investir em Tesouro IPCA+ deve continuar entreaberta.
No entanto, a recomendação de compra do Tesouro IPCA+ 2026 não é unânime.
O Santander é um dos agentes de mercado que prefere a exposição ao Tesouro IPCA+ 2035, que garante por mais tempo juros reais ao investidor interessado em travar uma boa rentabilidade no médio e longo prazo.
“Se os ventos domésticos se provarem favoráveis para os ativos de risco (menor ruído eleitoral, inflação convergindo à meta e promessas de responsabilidade fiscal em 2023), vemos um menor
prêmio de risco para os títulos públicos reais, favorecendo a marcação a mercado dos mesmos”, afirma o estrategista de pessoa física do Santander Ricardo Peretti.
Tesouro Direto de olho em Brasília
O estrategista de renda fixa do Itaú BBA Lucas Queiroz afirma, em relatório enviado a clientes, que os rumos que o governo eleito adotará continuarão fazendo mais preço nos títulos negociados no Tesouro Direto.
“Nesse período, os múltiplos cenários possíveis e o elevado volume de informações acarretam aumento da volatilidade nas taxas no Tesouro Direto”, argumenta o especialista, com atenções voltadas ao noticiário em Brasília.
Pensando em uma carteira diversificada em renda fixa, o Itaú indica nessa reta final de ano uma proporção de 50% em Tesouro Selic 2025, 20% do capital em Tesouro IPCA+ 2026 e cerca de 15% das aplicações em Tesouro IPCA+ 2035.
“No curto prazo, o mercado de renda fixa seguirá volátil. Alocações neste momento devem ser pensadas com horizonte de médio e longo prazo. Ainda, continuamos a sugerir elevada parcela em títulos pós-fixados com liquidez nas carteiras de investimento”, avalia Queiroz.
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