Tesouro capta US$ 3 bilhões no exterior com o menor juro em três anos
Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil
O Tesouro Nacional captou US$ 3 bilhão de investidores norte-americanos e europeus com taxa de juros de 4,625% ao ano. O dinheiro veio da emissão de títulos da dívida externa com vencimento em abril de 2028, feita hoje (3). A taxa obtida na operação foi a menor para esse tipo de papel em três anos.
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Por meio do lançamento de títulos da dívida externa, o governo pega dinheiro emprestado dos investidores internacionais com o compromisso de devolver os recursos com juros. Isso significa que o Brasil devolverá o dinheiro daqui a dez anos com a correção dos juros acordada, de 4,625% ao ano. A taxa é a mais baixa desde setembro de 2014 para papéis de aproximadamente dez anos. Na ocasião, o Tesouro captou US$ 1,05 bilhão com juros de 4,25% ao ano.
Taxas menores de juros indicam redução da desconfiança dos investidores de que o Brasil não conseguirá pagar a dívida. Com os sucessivos rebaixamentos sofridos pelo país, os estrangeiros passaram a cobrar juros mais elevados para comprar os papéis brasileiros. Em março deste ano, o Tesouro captou US$ 1 bilhão no exterior com títulos de nove anos a juros de 6% ao ano.
A taxa do título brasileiro foi 235 pontos maior que a dos títulos do Tesouro americano de dez anos. Isso significa que o Tesouro Nacional pagará juros de 2,35 pontos percentuais ao ano maiores que papéis semelhantes emitidos pelo governo dos Estados Unidos. Em março deste ano, a diferença estava em 248,4 pontos. Os títulos norte-americanos são considerados os papéis mais seguros do mundo.
Dos US$ 3 bilhões emitidos, o Tesouro Nacional receberá US$ 1,5 bilhão em dinheiro. O montante remanescente, de US$ 1,5 bilhão, será pago por meio dos dez tipos de títulos públicos brasileiros em circulação no exterior recomprados hoje pelo Tesouro . Os papéis readquiridos venceriam entre 2019 e 2030. Segundo a equipe econômica, a compra tem como objetivo melhorar o perfil e reduzir os juros médios da dívida brasileira no exterior.
Os recursos captados no exterior serão incorporados às reservas internacionais do país em 13 de outubro. De acordo com o Tesouro Nacional, as emissões de títulos no exterior não têm como objetivo principal reforçar as divisas do país, mas fornecer um referencial para empresas brasileiras que pretendem captar recursos no mercado financeiro internacional.