Tesla (TSLA) é processada por 15 funcionários negros por suposto assédio racial
A Tesla (TSLA) está sendo processada por 15 atuais e ex-funcionários negros que acusam a montadora de discriminação racial e assédio.
A ação, movida em um tribunal da Califórnia em 30 de junho, traz que as fábricas da Tesla foram: “sistematicamente transformadas em um ambiente de trabalho racialmente hostil”.
“Local de trabalho racialmente segregado”
O processo ocorre quando a empresa de veículos elétricos está sendo processada pelo regulador de direitos civis da Califórnia, que entrou com uma ação contra a companhia em fevereiro, conforme divulgou o Business Insider.
O California Department of Fair Employment and Housing (DFEH), algo como Departamento de Emprego Justo e Habitação da Califórnia, afirma que uma investigação de três anos encontrou evidências de que a fábrica de Fremont, na Califórnia, da Tesla era um “local de trabalho racialmente segregado”.
Os quinze queixosos no novo processo acusam a montadora de ignorar funcionários negros para promoções, permitindo o uso de insultos raciais, incluindo termos como “nigger” (forma considerada altamente pejorativa para se referir aos negros nos Estados Unidos), e falhando em remover pichações racistas nos banheiros, incluindo suásticas e as letras “KKK”, que faz referência ao grupo supremacista branco Ku Klux Klan.
A violência no dia a dia da Tesla
Um dos funcionários que apresentou queixa contou no processo que foi abordado por um colega enquanto estava no trabalho e que, depois de relatar o incidente ao seu líder, seu superior disse a ele: “aguente e seja homem, isso acontece aqui o tempo todo”.
O mesmo autor falou que mais tarde foi assediado por um colega de trabalho que jogou parafusos de metal nele. Ele disse que quando relatou o incidente, sua liderança não tomou nenhuma ação.
Esta não é a primeira vez que um funcionário negro da Tesla expõe que foi atacado por um colega de trabalho.
Histórico de casos
Uma mulher negra e gay que trabalhava para a Tesla entrou com uma ação contra a empresa em fevereiro deste ano, conforme divulgou o Business Insider, dizendo que ela era continuamente assediada por um colega de trabalho que a certa altura jogou uma ferramenta de moagem quente nela.
A funcionária relatou que, embora tenha denunciado repetidamente o colega de trabalho por comportamento discriminatório, ela não estava ciente de qualquer ação tomada contra ele pelo RH.
Em outubro de 2021, um ex-ascensorista da fábrica da Tesla em Fremont, chamado Owen Diaz, ganhou um caso de assédio racial contra a empresa.
Diaz inicialmente recebeu US $ 137 milhões em danos por um júri, mas posteriormente um juiz reduziu o pagamento para US$ 15 milhões.
O ex-funcionário rejeitou esse número e um processo judicial de junho mostra que ele planeja levar a Tesla de volta ao tribunal para tentar argumentar por mais dinheiro.
Tesla processada por investidor
Um investidor da Tesla também entrou com uma ação contra a empresa e seu CEO, Elon Musk, em junho, acusando-a de criar uma “cultura tóxica no local de trabalho baseada em abuso racista e sexista”.
O Insider informou em março que 46 processos acusando a Tesla de assédio sexual e racial em sua fábrica de Fremont foram arquivados nos últimos cinco anos.
Sete especialistas jurídicos e trabalhistas disseram ao Insider que o número de ações judiciais era motivo de preocupação em uma fábrica de carros elétricos do tamanho de Fremont.
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