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Terra Santa Agro focará em diversificação nos próximos negócios de terras

03 ago 2021, 17:38 - atualizado em 04 ago 2021, 7:24
Terra Santa TESA3
De acordo com a empresa, o valor de mercado das terras de posse da companhia está estimado em 2,5 bilhões de reais (Imagem: Terra Santa Agro/Linkedin)

A Terra Santa Propriedades Agrícolas, ou TS Agro (LAND3), buscará diversificação geográfica e também estará aberta a outros produtos, como cana, em suas próximas fazendas adquiridas para arrendamento.

À Reuters, o CEO e diretor de Relações com Investidores da empresa, José Humberto Prata Teodoro Junior, disse ainda que o objetivo é ser uma companhia imobiliária ativa no mercado de terras.

“Vamos estar atentos a oportunidades que podem surgir para comprar ou para vender alguma fazenda nossa… olhar também outras culturas e não só ficar nas áreas de soja, mas podemos também ir para cana e pecuária”, afirmou Teodoro Junior.

Após acordo com a SLC Agrícola (SLCE3), no qual a Terra Santa passou a arrendar terras para a ex-rival, deixando de ser produtora de grãos, a companhia mudou de nome para TS Agro e acaba de estrear na B3 (B3SA3) como a única companhia apenas de compra e venda de áreas rurais.

Atualmente, a Terra Santa conta com 39,2 mil hectares, distribuídos por seis fazendas em Mato Grosso, das quais cinco tendo como arrendatário a SLC Agrícola.

As áreas são para cultivo de soja, milho e algodão, considerando o plantio de segunda safra.

De acordo com a empresa, o valor de mercado das terras de posse da companhia está estimado em 2,5 bilhões de reais.

Além da diversificação de atividades agropecuárias, a meta é buscar propriedades rurais também fora de Mato Grosso, em Estados da região Sul, Goiás, São Paulo ou no Matopiba região composta por Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.

“Vamos mirar o Brasil inteiro”, comentou o CEO.

Questionado sobre a possibilidade de novas compras ainda neste ano, Teodoro disse que ainda não há nenhum negócio em vista, mas esta hipótese não está descartada.

Após a conclusão dos negócios com a SLC, anunciada ao mercado na véspera, a TS Agro passará agora a analisar as oportunidades do mercado de propriedades rurais e, uma vez definida qual será a fazenda negociada, a transação pode ser fechada em espaços de tempo de dois a três meses, segundo o executivo.

“O que sabemos é que não temos a intenção de operar, vamos comprar para arrendar para alguém”, reforçou.

E este fator é o que diferencia a TS Agro das demais empresas listadas na B3, destacou ele.

As negociações em bolsa como uma companhia apenas de imóveis rurais começou na segunda-feira. As demais agrícolas listadas operam também na produção.

Teodoro disse que no curto prazo, antes de partir para a compra e venda efetiva de fazendas, a empresa deve fazer um esforço para informar ao mercado sobre o que significa investir em uma companhia onde o ativo é a terra.

“É uma classe de ativos nova que surge e teremos um trabalho grande. Por ser o pioneiro, teremos esse trabalho de explicar para as pessoas que é um ativo de alto retorno, historicamente, e baixo risco.”

Ele afirmou que a terra é um ativo “super defensivo”, que costuma performar bem em momentos de inflação alta, por exemplo, e com ampla valorização no longo prazo.

“De três a quatro anos pra cá, o preço das terras em geral dobrou”, comentou.

O CEO ainda destacou que a geração de caixa é estável, por não haver risco atrelado à operação das lavouras, já que todas estarão arrendadas, enquanto o endividamento também tem nível baixo.

“Vamos começar com uma dívida próxima de zero e o nosso ‘target’ é trabalhar com endividamento zero”, disse ele.