Termina hoje prazo para reservar CRA da BR Distribuidora, papel com isenção fiscal
Por Arena do Pavini – Os investidores com recursos de longo prazo interessados em aplicar em papéis com isenção fiscal têm até hoje, sexta-feira, para reservar os Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) da BR Distribuidora (BRDT3). Os papéis são garantidos pelos recebíveis de etanol e o risco de crédito do papel é a própria BR que, como subsidiária da Petrobras (PETR4), tem risco praticamente igual ao do governo federal, que teria de socorrê-la em caso de dificuldade. A compra deve ser feita por meio de uma corretora de valores. É preciso ser investidor qualificado, com mais de R$ 1 milhão em investimentos, para participar. E aplicação mínima é de R$ 10 mil.
A emissão da Petrobrás Distribuidora deve chegar a R$ 750 milhões de CRAs em três séries, uma de 4 anos e outra de 6 anos corrigidas pelo juro diário do CDI e a terceira, de 7 anos, corrigida pela inflação do IPCA mais juros reais. A remuneração será definida de acordo com a procura dos investidores, com teto de 99% do CDI para o prazo de 4 anos, 101% do CDI para 6 anos e a remuneração da NTN-B do governo federal com vencimento em 2024 mais 0,10% para a emissão em IPCA. Os juros são semestrais para as séries em CDI e anual para a série em IPCA.
Para Fernando Meibak, da Sunrise Investimentos, a BR Distribuidora tem um risco muito interessante. Ele sugere que clientes que tenham NTN-B 2024 troquem o papel pela série de CRA com IPCA. “Dada a grande qualidade da empresa, entendemos que seria bom entrar em patamares mais agressivos: 97,5% do CDI na primeira série, 99% na segunda e NTN-B menos 0,25% na terceira”, afirma Meibak. Hoje, as NTN-B com vencimento em 2024 pagavam 5,61% ao ano mais IPCA.
Os papéis são isentos de imposto de renda no rendimento e terão formador de mercado no mercado secundário, o que deve reduzir o problema de liquidez para o caso de o investidor ter de sair do papel antes do vencimento.
Como os CRAs não pagam imposto, um rendimento abaixo do CDI ainda seria mais vantajoso que uma LFT do Tesouro Direto, pois esta pagaria imposto de pelo menos 15% ao ano. A única observação é a questão da liquidez, que no Tesouro Direto é diária e garantida pelo governo. No CRA, o investidor dependerá do mercado secundário e de outros investidores interessados em comprar. Mas espera-se que a liquidez será maior pela atuação do formador de mercado e pela qualidade do papel.