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Tereos adota nova rota para exportar açúcar por SC e dribla gargalos

03 fev 2022, 9:35 - atualizado em 03 fev 2022, 9:35
Tereos
O primeiro embarque foi realizado em um modelo que também busca contornar uma crise na oferta de contêineres (Imagem: REUTERS/Benoit Tessier)

A francesa Tereos começou a embarcar açúcar ensacado pelo porto de São Francisco do Sul (SC) como alternativa à unidade portuária de Paranaguá (PR), onde vê amplas filas de espera que têm elevado custos logísticos, disse a companhia à Reuters.

O primeiro embarque, de mais de 19 mil toneladas de açúcar cristal 150, foi realizado em sacas de 50 kg no porão do navio, em um modelo que também busca contornar uma crise na oferta de contêineres, onde esse tipo de produto geralmente é transportado.

A Tereos, uma das líderes mundiais na produção de açúcar, etanol e bioenergia, também disse que está em processo de negociação para a exportação de novos volumes por esta rota e neste mesmo modelo, uma vez que a expectativa é de que os gargalos logísticos permaneçam.

Para o diretor comercial da Tereos, Gustavo Segantini, São Francisco do Sul já passou a ser novo canal de exportações da empresa.

“Com a falta de contêineres no mercado, houve uma migração de volume para a modalidade de break bulk (em sacaria embarcada em porões dos navios), tanto de açúcar como de outras commodities…”, disse a companhia, explicando a razão para ter iniciado embarques pelo porto catarinense, já de olho em gargalos logísticos durante o pico da temporada de exportação, nos próximos meses.

“Estamos observando uma projeção de aumento no volume de açúcar exportado no centro-sul”, acrescentou a Tereos, citando a perspectiva de que as filas e custos maiores devem permanecer em rotas tradicionais como o porto paranaense.

O primeiro embarque de açúcar ensacado no porto catarinense foi realizado entre outubro e novembro de 2021. O navio da operação transportou a carga para a África.

A commodity havia sido produzida nas unidades industriais da Tereos Brasil, no noroeste de São Paulo. Mesmo assim, a exportação pelo porto de Santa Catarina, mais distante, compensou considerando a conjuntura.

“Os custos logísticos (até o porto) são semelhantes, porém a operação no Porto de São Francisco nos permitiu a mitigação do custo de demurrage/estadia, visto que o Porto de Paranaguá se encontrava com alta concentração de navios no line-up”, disse a empresa.

Somente no primeiro embarque, realizado em parceria com a Porto Commodities, a empresa afirmou que conseguiu economizar 2 milhões de reais com mitigação de despesas portuárias e de custos de estadia.

A Tereos também citou uma maior disponibilidade de caminhões na rota de São Francisco do Sul em momento de alto volume de exportação, proporcionado pela oferta de frete de retorno entre Santa Catarina e a região Sudeste.

A companhia já havia realizado projetos semelhantes em anos anteriores – em 2019, com o terminal Sepetiba Tecon, no porto de Itajaí (RJ), e em 2020, com a GBT Terminais, no porto de Santos (SP).

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