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Teremos mais volatilidade do que parece precificado, diz Verde Asset

09 jan 2018, 17:35 - atualizado em 09 jan 2018, 17:35
“Acreditamos que teremos mais volatilidade do que parece precificado, mas esta deve vir a partir do segundo trimestre do ano”

O mercado brasileiro parece estar ignorando os riscos que 2018 reserva, alerta a gestora Verde Asset, do aclamado gestor Luis Stuhlberger, em um relatório sobre o mês de dezembro publicado nesta terça-feira (9). O Verde FIC FIM terminou 2017 com valorização de 5,25%, contra 9,95% do seu benchmark CDI.

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O documento lembra que o final de 2017 trouxe uma renovada dose de otimismo aos mercados, tanto no Brasil quanto no mundo. “A aprovação do corte de impostos nos Estados Unidos representa um estímulo razoável para a lucratividade das empresas americanas, e num contexto de crescimento global saudável, isso continua a impulsionar as bolsas”, destaca.

O Ibovespa, principal índice de ações da B3, encostou ontem nos 79 mil pontos após 11 valorizações seguidas. A série positiva foi alimentada pelo cenário externo otimista e pela aposta de Lula fora da corrida presidencial. No câmbio, o dólar avança frente ao real, cotado na faixa dos R$ 3,24.

O Verde destaca que o Brasil ganha com o ambiente positivo global ao se beneficiar dos fluxos, que tiram tirar o foco do risco político-eleitoral. “Da mesma maneira que vimos em outubro, o mercado local parece concluir que não temos riscos relevantes vindo das eleições. Como dissemos outras vezes, acreditamos que teremos mais volatilidade do que parece precificado, mas esta deve vir a partir do segundo trimestre do ano”, pontua.

Apostas

A gestora ressalta que o ativo que mais traz prêmio de risco em relação a eleição é a curva de juros pré-fixados.

“Dada uma Selic abaixo de 7%, vemos um prêmio significativo ao se aplicar juros na casa de 10 a 11% na curva de 2020 em diante. Por essa razão, preferimos as alocações em juros, tanto nominal quanto real, onde se concentra a maior posição do fundo”, aponta a análise.

A exposição em ações brasileiras, de 8,5%, foi mantida. Além disso, o Verde carrega uma pequena posição tática vendida em Dólar contra Real.

O Verde foi lançado em 1997 e é um dos maiores e mais antigos hedge funds brasileiros. Atua no mercado brasileiro e internacional de ações, renda fixa e moedas sob a gestão de Luis Stuhlberger. Desde o início, tem um ganho acumulado de 14.612,59%, contra 1.904,99% do CDI.