Tentativa frustrada de reestruturação? IRB tem dificuldades para destravar valor, destaca Guide
Os dados de julho divulgados pelo IRB Brasil (IRBR3) reforçam a tendência que vem sendo observada pelo mercado de diminuição nos prêmios da companhia, comprimindo os resultados.
De acordo com o relatório periódico mensal enviado à Superintendência de Seguros Privados (Susep) e divulgado ao mercado nesta quarta-feira (22), a resseguradora reportou prejuízo de R$ 97,6 milhões no mês. Para base de comparação, a companhia registrou em igual período do ano passado montante negativo de R$ 62,4 milhões.
O prejuízo no acumulado do ano, no entanto, caiu 62,6% no comparativo anual, para R$ 253,7 milhões. Excluindo os efeitos do run-off nos sete primeiros meses de 2021, o IRB alcançou o break even (ponto de equilíbrio), com o resultado líquido negativo de R$ 13,3 milhões.
Em julho, o IRB teve queda anual de 24,5% em prêmios emitidos, com o montante totalizando R$ 1,16 bilhão – R$ 933,7 milhões no Brasil e R$ 233,6 milhões no exterior. Os prêmios ganhos acumularam R$ 425,6 milhões, queda de 35,3% em comparação com julho do ano passado.
As despesas com sinistros atingiram em julho R$ 458,8 milhões, montante 28,1% menor na comparação ano a ano.
Analistas receberam os números de julho com uma postura mais contida. O Credit Suisse teve uma leitura negativa dos dados.
“Os resultados de julho contribuíram negativamente para os números do acumulado do ano, que já alcançou break even no primeiro semestre”, destacou.
A Guide Investimentos continua cautelosa em relação à empresa. O analista Luis Sales pontuou, em relatório divulgado hoje, que, mesmo com a tentativa de reestruturação, a companhia tem apresentado dificuldade em destravar valor. Segundo Sales, a reestruturação “ainda não refletiu em melhora substancial operacional”.
As ações do IRB andam de lado nesta quarta, oscilando entre altas e quedas não muito expressivas desde a abertura. Às 15h, o papel da resseguradora engatou uma alta de 1,04%, cotado a R$ 4,84.
Em breve comentário enviado ao Money Times, Pedro Galdi, analista da Mirae Asset, disse que, enquanto a nova gestão não mostrar as melhorias esperadas pelo mercado, o preço da ação continuará pesado.
O IRB anunciou no início desta semana que encerrou o processo de seleção do seu novo diretor presidente.
O conselho de administração elegeu para o cargo Raphael Afonso Godinho de Carvalho, que tem uma carreira de mais de 30 anos em grandes empresas, como Metlife, BTG Pactual (BPAC11) e Unibanco (onde foi responsável pelo Fininvest, Unibanco Capitalização e Unicard).
Raphael tomará posse do cargo em 1º de outubro, com mandato unificado com os demais membros da diretoria estatutária da companhia até 2 de julho de 2023.
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