Tensões EUA-China sobre Hong Kong e direitos de minorias dificultam chance de acordo
As perspectivas de progresso nas negociações comerciais entre Estados Unidos e China diminuíram na segunda-feira, depois que Washington colocou empresas chinesas em sua lista negra devido ao tratamento de Pequim em relação a minorias étnicas predominantemente muçulmanas, e o presidente norte-americano Donald Trump disse que um acordo comercial rápido é improvável.
A iniciativa do Departamento de Comércio dos EUA pode aprofundar as divisões em relação à China em um momento crítico da guerra comercial prolongada, que abalou os mercados financeiros e provocou uma desaceleração na economia global.
Outro ponto de inflamação foi a crescente polêmica sobre o tuíte de uma autoridade da liga norte-americana de basquete NBA. O apoio dele aos protestos democráticos de Hong Kong foi repreendido pela NBA, provocando reação negativa.
Trump e seu principal assessor econômico, Larry Kudlow, falaram em termos otimistas sobre as discussões desta semana com a China — as primeiras negociações de alto nível em mais de dois meses — mas Trump insistiu que não ficará satisfeito com um acordo parcial.
“Achamos que há uma chance de podermos fazer algo muito substancial”, disse Trump, referindo-se às negociações de alto nível agendadas para quinta-feira. “Eu preferiria muito um grande acordo e acho que é isso que estamos buscando”.
Pressionado a detalhar as chances de progresso nesta semana, Trump mostrou-se mais cético. “Alguma coisa pode acontecer? Acho que sim. Quem sabe. Mas acho que é improvável”, disse ele.
O jornal oficial do Partido Comunista Chinês, o People’s Daily, disse nesta terça-feira que as negociações podem ocorrer de três jeitos: os dois lados alcançarem um acordo “justo”; as conversas desmoronarem completamente ou manter a situação de “conversar enquanto há retaliação”.