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Tendência é que os bancos centrais não tenham o monopólio das moedas digitais, diz Meirelles, ex-BC

28 set 2022, 14:34 - atualizado em 28 set 2022, 14:38
Henrique Meirelles Real Digital Binance
(Imagem: Leonardo Rubinstein Cavalcanti/Crypto Times)

O ex-presidente do Banco Central e ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles participou na noite desta terça-feira (27) de um evento com jovens empresários em São Paulo. Atualmente, Meirelles é  membro do conselho Global da Binance, o único da América Latina.

O encontro, promovido pelo empresário de 33 anos, Rafael Prado e seu sócio, Vinícius Trapani, 35, aconteceu no Restaurante Carat, nos Jardins.

O Crypto Times esteve presente e fez ao ex-ministro algumas perguntas acerca do Real Digital e outras temáticas.

Meirelles reforçou a importância do Banco Central emitir o Real Digital, uma vez que as moedas digitais já são uma realidade e farão cada vez mais parte do cotidiano das pessoas.

“A tendência é que ele [BC] não tenha o monopólio disto justamente pelas características da moeda digital. O que teremos agora são diferentes moedas, as privadas e o Real Digital. Hoje, por lei, é obrigatório que as transações no Brasil sejam feitas em reais. A tendência é que isso acabe”, diz.

Meirelles comenta que vai depender muito da legislação, mas acredita que a tendência é que o Banco Central emita o CBDC, mas não tenha o monopólio. “A ideia é que tenhamos diversas moedas. Tudo em uma regulação só”.

Sobre tokenização, o ex-presidente do BC comenta que é algo que a tecnologia atual permite e ainda vai evoluir muito. “É uma tendência que vai se fortalecer cada vez mais”, diz.

O também conselheiro Global da Binance disse que as reuniões com a corretora são frequentes, mas que ainda não possui um próximo passo concreto frente a regulação no Brasil.

Criptomoedas e a regulação

Meirelles comentou ainda que o mercado cripto ainda está no começo, e por isso existem pontos muito positivos mas também preocupações grandes, e “pessoas ganhando e perdendo dinheiro”.

O ex-ministro da Fazenda cita como exemplo “a quebra de uma empresa importante”, possivelmente em alusão à Voyager Digital.

“A maior corretora mundial é chamada Binance, ela é sediada no Canadá e tem presença no mundo inteiro. Eles criaram um conselho global para regular o mundo das criptomoedas de maneira que evite toda essa volatilidade e a lavagem de dinheiro que existe”, diz.

Meirelles diz que, devido à sua experiência, foi chamado para o conselho e lembra que foi responsável pelo combate à “lavagem de dinheiro” quando estava no comando do BC, durante o governo Lula.

“Como foi feito isso? Os bancos eram responsáveis por receber seus depósitos e certificar-se da origem. A lei responsabiliza diretamente o funcionário que faz essa verificação, é algo ainda do mundo analógico.”

Ele diz que no caso das criptomoedas um ponto que dificulta é que elas não passam pelos bancos, mas que, por outro lado, a tecnologia rastreável facilita o processo.

“Acredito que esse seja o mercado do futuro, o JP Morgan fez declaração contra esse mercado, dizendo ser uma pirâmide. A minha expectativa é que, com a regulação correta, só haverá vantagens”, diz

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