Tenda (TEND3) vê prejuízo disparar em 2022 e mira recuperação com Minha Casa, Minha Vida
A Tenda (TEND3) reduziu o seu prejuízo líquido em 45,7% no quarto trimestre de 2022, para R$ 130,3 milhões. No mesmo período do ano anterior, a construtora registrou prejuízo de R$ 240,2 milhões. Já a receita líquida cresceu 23% de outubro a dezembro na base anual, para R$ 622,4 milhões.
Por outro lado, o lucro bruto ajustado da companhia caiu 41,9% em relação ao quarto trimestre de 2021, para R$ 94,6 milhões, com margem bruta ajustada de 15,2%. O que representa uma alta de 23,5 pontos percentuais (p.p.) na mesma base de comparação.
Em mensagem aos investidores, a companhia diz que o prejuízo reportado era “inimaginável até pouco tempo”. Porém, foi fruto de um período “altamente inflacionário no setor de construção civil, o que impactou o modelo construtivo baseado em parede de concreto e giro rápido de venda”.
Segundo a Tenda, esse fator minimizou seu tempo de reação em aumento de preços.
Otimismo em 2023 com Minha Casa, Minha Vida
Entretanto, a administração da construtora diz que 2023 dá sinais claros de ser o ano final de transição para retomada da rentabilidade. “Alguns desses sinais já apareceram no resultado do quarto trimestre, como a geração de caixa e a contínua retomada de margens novas vendas”, diz a mensagem.
A construtora gerou caixa de R$ 35,2 milhões, 9,2% abaixo do valor gerado ao fim de 2021. Em contrapartida, a Tenda fechou setembro com queima de caixa de R$ 32,1 milhões.
A companhia diz ainda estar confiante com as melhorias dos parâmetros do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida – retomado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no mês passado -, que tende a beneficiar famílias com renda de até R$ 2.640 por mês.
“Além da entrada em vigor do uso do FGTS futuro na composição de renda. Esses fatores vão permitir que a empresa tenha margens mais altas, na busca pelo topo da nossa meta de 32% a 34% em margens novas vendas no ano”, reforça a construtora.
Vendas e lançamentos da Tenda caíram
Na prévia operacional do trimestre, divulgada em janeiro, a Tenda reportou encolhimento nas vendas líquidas de 15,9% na base anual, somando R$ 657 milhões. Porém, o número ficou 34,3% acima do registrado no terceiro trimestre.
Os lançamentos da construtora mineira tiveram um salto de 87,2% na comparação com o julho a setembro do ano passado, para R$ 704,2 milhões em valor geral de vendas (VGV). No entanto, o montante ficou 15,8% abaixo do visto no mesmo trimestre de 2021.
A Tenda lançou dez empreendimentos no último trimestre do ano passado, quase metade do que foi lançado um ano antes. O preço médio por unidade lançada de outubro a dezembro foi de R$ 202,2 mil, 36,7% acima do preço médio de R$ 147,9 mil visto um ano antes.
2022 desafiador para a construtora
No consolidado de 2022, a Tenda viu o prejuízo líquido mais que triplicar para R$ 466,8 milhões, ante prejuízo de R$ 143,2 milhões no ano anterior. Contudo, a receita líquida da construtora recuou 5,5%, para R$ 2,38 bilhões ante 2021.
Além disso, entre janeiro e dezembro, as vendas líquidas da construtora somaram R$ 2,28 bilhões, recuo de 26,7% no comparativo anual.
Enquanto os lançamentos da Tenda atingiram R$ 2,31 bilhões em VGV, total 24,4% abaixo do visto em 2021. No ano, foram lançados 32 empreendimentos, contra 58 em 2021.
Ao fim de dezembro, a construtora Tenda tinha dívida líquida de R$ 799,9 milhões, mais do que o dobro do valor acumulado ao fim de 2021, de R$ 331,8 milhões.