Tenda (TEND3) dispara 31,5%, apesar de prejuízo no 2T22; XP vê empresa mais seletiva
As ações da Tenda (TEND3) dispararam nesta sexta-feira (5), subindo 31,5%, a R$ 5,92, apesar dos resultados do segundo trimestre do ano, que vieram fracos, na avaliação da XP Investimentos.
A receita líquida da construtora foi de R$ 627 milhões, queda de 10,3% em comparação com igual período de 2021.
Segundo a Tenda, o resultado foi impactado pelo menor andamento de obras e menor volume de repasses no trimestre. A XP acredita que, além deste ponto, a receita também foi atingida pelo fato de as vendas terem desacelerado por conta do ritmo mais fraco de lançamentos.
Em relação aos repasses, a corretora destaca a queda de 37,7% (R$ 441 milhões) ante 2021, explicada pela desaceleração de vendas líquidas.
Despesas afetam lucro
Na avaliação da XP, as despesas gerais e administrativas impactaram o lucro da construtora. As despesas aumentaram 29,3% ante o último ano e foram atingidas por um aumento de lay-off (suspensão temporária de contratos).
“Como resultado, o prejuízo líquido foi de queda de R$ 114 milhões, abaixo de nossas estimativas, de queda de R$ 102 milhões”, pontuam.
Por outro lado, do lado operacional, a XP enxerga a Tenda mais seletiva em termos de lançamentos e vendas para focar em rentabilidade e crescimento.
Perspectiva de recuperação
Analistas da Terra Investimentos destacam que o balanço da Tenda também trouxe pontos positivos, como margem bruta maior e geração de caixa. Na visão da corretora, o que alavanca a companhia é a perspectiva de recuperação nos próximos meses.
A Terra lembra que, além disso, o mercado está mais otimista sobre o fim do ciclo de alta da taxa básica de juros, projetando a estabilização e depois, a redução da mesma, tornando o crédito mais fácil para compradores de imóveis.
“O impacto se mostra ainda maior considerando a exposição da empresa no Programa Casa Verde e Amarela e o ativo estando bem mais descontado em relação ao seu par, MRV (MRVE3)”, completa a corretora.
A queima de caixa operacional da Tenda caiu para R$ 26,4 milhões, de R$ 240,6 milhões no primeiro trimestre.
Segundo a XP, o resultado foi impactado positivamente pela melhor gestão do banco de terrenos, com renegociação no fluxo de pagamentos e preferência por permutas em novas aquisições, e prorrogação dos prazos de pagamento de fornecedores.
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