Tenda (TEND3) chega a 9 trimestres de prejuízo, que cai 87% no 4T23
A construtora Tenda (TEND3) fechou o quarto trimestre de 2023 com prejuízo líquido de R$ 19,6 milhões, redução de 87,3% na comparação com o mesmo período do ano anterior.
Com isso, a Tenda engata nove trimestres seguidos de prejuízo. Os números consideram os resultados da construtora e de sua subsidiária Alea.
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De outubro a dezembro, a receita líquida consolidada cresceu 19,6% na base anual, para R$ 754,9 milhões. O lucro bruto ajustado foi de R$ 187,8 milhões, mais que o dobro do visto no quarto trimestre de 2022.
Diante disso, a margem bruta ajustada de Tenda e Alea atingiu 24,9%, salto de 11,8 pontos percentuais (p.p.) na mesma base de comparação.
Sozinha, Tenda volta a ter lucro
A empresa de construção civil gerou caixa operacional de R$ 60,4 milhões no trimestre, mais de três vezes acima do apurado no mesmo período do ano anterior. Enquanto a dívida líquida sobre o patrimônio líquido (alavancagem) ficou em 53,4%, contra 111,5% um ano antes.
“Isso foi reflexo de nossa bem-sucedida oferta subsequente de ações [“follow-on”], concluída em setembro de 2023. Isso possibilitou uma relevante reestruturação de nosso passivo, além da evolução da nossa geração de caixa e das operações de cessão de carteira de recebíveis pró-soluto”, diz a mensagem de administração da Tenda.
Por outro lado, considerando apenas os números da Tenda, houve lucro líquido de R$ 2,9 milhões, revertendo os prejuízos de R$ 130,3 milhões de outubro a dezembro de 2022 e de R$ 10,3 milhões no terceiro trimestre do ano passado.
Depois de engatar alguns trimestres de prejuízo, a Tenda já havia reportado lucro no segundo trimestre de 2023.
Programas impulsionam vendas e lançamentos no 4T23
No recorte operacional, a Tenda e a Alea viram suas vendas líquidas subirem 25% nos últimos três meses do último ano, para R$ 842,4 milhões, conforme prévia divulgada em janeiro.
O indicador de velocidade de vendas (VSO) do período foi de 26,1%, ligeira alta de 0,5 p.p. na base anual. O preço médio por unidade consolidado subiu 4,7% ante um ano antes, para R$ 208,8 mil.
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Entre outubro e dezembro, Tenda e sua subsidiária lançaram 13 e 8 empreendimentos, respectivamente, com valor geral de vendas (VGV) de R$ 1,15 bilhão, salto de 52,4% na base anual.
Além de ser diretamente impactada pelas novas medidas do Minha Casa, Minha Vida (MCMV), adotadas em julho do ano passado, a Tenda firmou contrato para a venda de unidades habitacionais no programa “Pode Entrar”, da prefeitura de São Paulo.
Destaque na Bolsa, Tenda se recupera em 2023
Após as ações da Tenda encerrarem 2023 com a maior valorização do setor e uma das maiores da Bolsa brasileira, ao dispararem 250%, a companhia viu o seu prejuízo líquido despencar 82,5%, para R$ 95,8 milhões ante prejuízo de R$ 547,3 milhões em 2022.
Porém, a construtora do segmento de baixa renda ficou no prejuízo pelo terceiro ao seguido.
A receita líquida somou R$ 2,90 bilhões no ano passado, crescimento de 20,3% na comparação anual. Já o lucro bruto ajustado da companhia dobrou nos 12 meses do ano passado, para R$ 684,2 milhões. Desta forma, a margem bruta ajustada atingiu 23,6%, alta de 9,6 p.p. em relação ao observado em 2022.
Ao fim de 2023, a Tenda e Alea geraram caixa de R$ 100,6 milhões, contra queima de R$ 297,3 milhões no ano anterior.
Além disso, as vendas líquidas da construtora e sua subsidiária avançaram 32,7% no ano passado, para R$ 3,13 bilhões. Por sua vez, o VGV de lançamentos somou R$ 3,48 bilhões, salto de 46,4% no comparativo anual.
Juntas, as empresas lançaram 62 empreendimentos, ante 36 em 2022. Na média anual, o preço médio por unidade foi de R$ 201,8 milhões (+3,0%).
Para a administração da companhia, 2023 foi “o ano da virada”, com retomada da rentabilidade no segmento Tenda, redução da alavancagem e aceleração dos lançamentos da Alea, que entregou forte crescimento. “Ao olharmos para trás, podemos concluir que fomos bem-sucedidos”, diz.
Projeções para 2024
Para 2024, a companhia projeta margem bruta ajustada de 29% a 31,0% para o segmento Tenda e de 9,0% a 11,0% para a subsidiária Alea.
Enquanto para as vendas líquidas, as estimativas são de R$ 3,2 bilhões a R$ 3,5 bilhões (Tenda) e entre R$ 400 milhões e R$ 500 milhões para Alea.
Leia os resultados da Tenda na íntegra: