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Tenda: pressão nas margens não tira atratividade da ação

13 mar 2021, 11:49 - atualizado em 13 mar 2021, 12:09
Analistas seguiram com recomendação de compra para a ação da Tenda (Imagem: Facebook/Tenda)

A Tenda (TEND3) deve ver no médio prazo um aumento da pressão nas margens por conta da alta dos insumos, disse o Inter Research.

Segundo o analista Gustavo Caetano, apesar de a companhia ter reportado no quarto trimestre do ano passado números fortes na linha das vendas, contribuindo para uma receita líquida acima do esperado, os resultados mostraram que os custos estão contaminados pelo aumento dos preços dos insumos. Como resultado, a margem bruta, de 30,5%, ficou ligeiramente mais pressionada que o projetado para o período.

“Como a Tenda atua no segmento de renda com maior elasticidade-preço, onde repasses de preços impactam mais fortemente a acessibilidade do público-alvo no fechamento de contratos, a companhia tende a desfrutar sua produção em escala e priorizar inicialmente sua estratégia de maior giro das unidades em detrimento das margens”, afirmou.

Por outro lado, Caetano destacou que a alta dos preços dos insumos pode levar a um ganho de participação para a empresa, abrindo espaço para eventuais repasses e ajustes aos novos preços do segmento.

O Inter Research manteve a recomendação de compra para a Tenda, com preço-alvo de R$ 39.

Bem posicionada

A equipe de análise do Safra adotou uma visão bem parecida com a do Inter Research no que diz respeito ao desempenho da Tenda nos últimos três meses de 2020. Luiz Peçanha, em relatório divulgado ontem, mencionou os indicadores operacionais “impressionantes” apresentados pela construtora, que conseguiu entregar uma boa performance mesmo em meio aos desafios criados pela pandemia de Covid-19. Do lado negativo, destaca-se a pressão nas margens.

Apesar dos maiores custos, o Safra decidiu seguir com a recomendação de outperform (desempenho esperado acima da média do mercado), com preço-alvo de R$ 35,10.

“Ainda acreditamos que [a Tenda] é uma das companhias mais bem posicionadas para operar o segmento de baixa renda, com os melhores retornos médios de projetos em comparação aos pares”, defendeu Peçanha.

O Safra acredita que o modelo offsite pode expandir o mercado endereçável da Tenda para áreas com pouca competição. Isso aceleraria ainda mais a lucratividade da companhia no futuro.

A Tenda encerrou o quarto trimestre de 2020 com queda anual de 5,6% no lucro líquido, que totalizou R$ 72 milhões. Já a receita líquida avançou 26,3% em relação ao mesmo período de 2019 e fechou em R$ 686 milhões.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado somou R$ 110,2 milhões, alta de 10,3% no comparativo anual.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
diana.cheng@moneytimes.com.br
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.