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Temu se prepara para ‘desembarcar’ no Brasil e XP vê risco para varejistas locais

02 jun 2024, 9:00 - atualizado em 02 jun 2024, 12:45
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Temu se prepara para ‘desembarcar’ no Brasil; Tributações em compras internacionais podem prejudicar a empresa?(Imagem: REUTERS/Florence Lo/Ilustração)

A Temu, nova rival da Amazon (AMZN) nos Estados Unidos, se registrou na Remessa Conforme e já possui o aplicativo e site disponíveis em português. Com isso, a chegada da empresa chinesa no Brasil está cada vez mais próxima.

Segundo Danniela Eiger, Gustavo Senday e Laryssa Sumer, analistas da XP Investimentos, apesar do cronograma incerto, a plataforma deve replicar seu modelo de expansão, usado nos EUA. O modelo da Temu é apoiado por investimentos pesados em marketing, crescimento acelerado da base de usuários e captação de vendedores locais.

De acordo com eles, as companhias de e-commerce e as varejistas de média renda são as mais expostas ao risco Temu. Eles acreditam ainda que a retração das plataformas chinesas nos EUA pode impulsionar ainda mais investimentos no Brasil.

Contudo, os analistas destacam que as discussões sobre a tributação de compras internacionais e a adesão ao Remessa Conforme podem limitar os investimentos da plataforma.

Atualmente, a Temu está disponível em seis países da América Latina e as expectativas são que a empresa siga o mesmo roteiro de expansão.

“Os próximos passos devem envolver a adaptação de suas operações de tecnologia e logística para o Brasil, já que a J&T Express já foi contratada como uma de suas transportadoras”, afirmam.

Aprendizados do modelo da Temu nos EUA

Nos Estados Unidos, a companhia dependeu de grandes investimentos em marketing e aquisição de clientes, com US$ 2 bilhões gastos apenas em anúncios do Meta, em 2023. Além disso, a Temu obteve um crescimento acelerado da base de usuário, contando com 51 milhões de usuários ativos mensais em 2 anos.

Com base nos dados do país norte-americano, a empresa apresentou uma base de clientes de consumidores de renda média-alta, apesar dos valores baixos.

Embora a maioria dos consumidores da Temu também compre no Walmart e na Amazon, apenas 19% da base de clientes dessas empresas compra na Temu.

No entanto, para outros concorrentes internacionais, o risco é maior, como Alibaba e Wish, que possuem 48% e 41% de sua base de clientes compartilhada com a Temu, respectivamente.

Por fim, os analistas ressaltam que a presença da Temu no Brasil representa um risco mais direto para os marketplaces e um risco indireto para as varejistas de vestuário de renda média/baixa.

“Além da concorrência pela demanda, também observamos que a Temu poderia pressionar os custos de marketing digital para as empresas locais, como aconteceu nos EUA”, destacam.

Estagiária de Redação
Estudante da área de comunicação, cursando Jornalismo na Faculdade Cásper Líbero. Ingressou no Money Times em 2024 como estagiária.
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Estudante da área de comunicação, cursando Jornalismo na Faculdade Cásper Líbero. Ingressou no Money Times em 2024 como estagiária.
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