Temu se prepara para ‘desembarcar’ no Brasil e XP vê risco para varejistas locais
A Temu, nova rival da Amazon (AMZN) nos Estados Unidos, se registrou na Remessa Conforme e já possui o aplicativo e site disponíveis em português. Com isso, a chegada da empresa chinesa no Brasil está cada vez mais próxima.
Segundo Danniela Eiger, Gustavo Senday e Laryssa Sumer, analistas da XP Investimentos, apesar do cronograma incerto, a plataforma deve replicar seu modelo de expansão, usado nos EUA. O modelo da Temu é apoiado por investimentos pesados em marketing, crescimento acelerado da base de usuários e captação de vendedores locais.
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De acordo com eles, as companhias de e-commerce e as varejistas de média renda são as mais expostas ao risco Temu. Eles acreditam ainda que a retração das plataformas chinesas nos EUA pode impulsionar ainda mais investimentos no Brasil.
Contudo, os analistas destacam que as discussões sobre a tributação de compras internacionais e a adesão ao Remessa Conforme podem limitar os investimentos da plataforma.
Atualmente, a Temu está disponível em seis países da América Latina e as expectativas são que a empresa siga o mesmo roteiro de expansão.
“Os próximos passos devem envolver a adaptação de suas operações de tecnologia e logística para o Brasil, já que a J&T Express já foi contratada como uma de suas transportadoras”, afirmam.
Aprendizados do modelo da Temu nos EUA
Nos Estados Unidos, a companhia dependeu de grandes investimentos em marketing e aquisição de clientes, com US$ 2 bilhões gastos apenas em anúncios do Meta, em 2023. Além disso, a Temu obteve um crescimento acelerado da base de usuário, contando com 51 milhões de usuários ativos mensais em 2 anos.
Com base nos dados do país norte-americano, a empresa apresentou uma base de clientes de consumidores de renda média-alta, apesar dos valores baixos.
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Embora a maioria dos consumidores da Temu também compre no Walmart e na Amazon, apenas 19% da base de clientes dessas empresas compra na Temu.
No entanto, para outros concorrentes internacionais, o risco é maior, como Alibaba e Wish, que possuem 48% e 41% de sua base de clientes compartilhada com a Temu, respectivamente.
Por fim, os analistas ressaltam que a presença da Temu no Brasil representa um risco mais direto para os marketplaces e um risco indireto para as varejistas de vestuário de renda média/baixa.
“Além da concorrência pela demanda, também observamos que a Temu poderia pressionar os custos de marketing digital para as empresas locais, como aconteceu nos EUA”, destacam.