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Tempo ruim para Vale (VALE3): O que fez ação cair 9% na semana?

28 out 2022, 19:20 - atualizado em 28 out 2022, 19:20
Ação para fugir de Lula e Bolsonaro
Vale tem sofrido pressão por conta dos preços do minério de ferro negociados na China (Imagem: Reuters/David Gray)

A Vale (VALE3) figurou entre as maiores quedas do Ibovespa nesta sexta-feira (28), tendo suas ações encerrado o dia com desvalorização de 4,88%, negociadas a R$ 67,45.

A forte queda deste último pregão afundou mais o papel da mineradora no acumulado da semana, que encerrou o período computando perdas de 9,01%.

Vale tem sofrido pressão por conta dos preços do minério de ferro negociados na China. Além disso, os resultados do terceiro trimestre foram mal recebidos por investidores e analistas, que apontaram números fracos das divisões de ferrosos e metais básicos.

O desempenho morno é justificado principalmente pelos preços mais baixos da matéria-prima siderúrgica, que atingiu hoje a sequência de queda mais longa desde 2014.

Queda livre

O minério de ferro caiu pela sétima semana consecutiva. Só nos últimos dias, a commodity afundou mais de 10%, chegando a ser negociada a US$ 78,80 a tonelada em Cingapura nesta sexta, cotação mais baixa em mais de dois anos.

Preocupações com a demanda global por aço estão empurrando o minério de ferro para baixo. Os preços estão longes do pico registrado em março, de US$ 171.

A economia chinesa limita a recuperação dos preços, uma vez que o consumo por aço está fraco devido à crise do mercado imobiliário e às fortes restrições de deslocamento impostas pelo governo para liquidar os casos de Covid-19 no país.

O BTG Pactual afirma, em relatório, que existe atualmente um elemento binário no setor de commodities: por um lado, os múltiplos continuam mais baratos do que nunca; por outro, a política chinesa impede que esses mesmos múltiplos consigam se expandir.

De acordo com o BTG, as políticas adotadas pela China são o que estão impedindo que investidores tomem uma postura de maior confiança em relação a empresas como Vale, Gerdau (GGBR4) e até Suzano (SUZB3), do setor de papel e celulose.

Além da China, a demanda por aço está sofrendo com os temores de uma recessão global e a crise energética na Europa.

Trimestre “para esquecer”

Para analistas, a Vale teve um terceiro trimestre “para esquecer”.

Entre julho e setembro do ano, a companhia atingiu lucro líquido de US$ 4,44 bilhões, queda de 19,2% em relação ao mesmo intervalo de 2021

A Vale teve lucro líquido de US$ 4,44 bilhões no terceiro trimestre do ano, em uma queda de 19,2% em relação ao mesmo intervalo de 2021.

O consenso do mercado esperava lucro de US$ 3,04 bilhões, segundo um levantamento da Bloomberg.

A receita líquida de vendas da companhia sofreu queda de 19,4% no comparativo anual, caindo de US$ 12,3 bilhões para US$ 9,92 bilhões, com o impacto da queda nos preços médios do minério de ferro.

O Ebitda ajustado proforma foi de US$ 4 bilhões, volume US$ 1,53 bilhão menor em comparação com o segundo trimestre – refletindo, principalmente, a queda nos preços do minério de ferro e do níquel.

A Ajax Capital nota que o custo caixa C1 (excluindo compras de terceiros) caiu US$ 1,50/tonelada e o breakeven do minério de ferro atingiu US$ 58/tonelada, mas lembra que o fluxo de caixa livre ficou estável, a US$ 2,16 bilhões.

Outro aspecto positivo que o BTG levanta é que a mudança na metodologia de cálculo da dívida líquida expandida, que exclui determinadas provisões, pode incorrer em maiores dividendos e programas de recompras de ações.

Analistas falaram em “flexibilidade para a gestão ser mais agressiva no retorno de caixa no futuro”.

O BTG tem recomendação de compra para as ADRs da Vale (VALE), com preço-alvo de US$ 25. O Itaú BBA é mais cauteloso com o nome, tendo recomendação de market perform (desempenho esperado em linha com a média do mercado) e preço-alvo de US$ 15 ao fim de 2023.

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Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
diana.cheng@moneytimes.com.br
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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