Economia

Tempo real: Copom eleva Selic a 15% e ‘espera que Governo faça seu trabalho’, diz vice CIO da Andbank; veja

18 jun 2025, 17:55 - atualizado em 18 jun 2025, 21:08

O Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa básica de juros a 15% nesta quarta-feira (18) — o seu maior patamar em quase 20 anos.

No comunicado, os diretores anteciparam a interrupção do ciclo de alta de juros para examinar os impactos acumulados do ajuste já realizado. No entanto, eles enfatizaram que seguirão vigilantes e que não hesitarão em prosseguir com o aperto monetário, caso julguem apropriado.

Além disso, o Comitê indicou a manutenção dos juros no atual patamar por período bastante prolongado.

O vice CIO da Anbank, José Bechara, disse, no Giro do Mercado especial do Copom, que o Banco Central está dando seu recado de que está fazendo seu papel e que espera que o Governo faça o dele.

Acompanhe em tempo real os detalhes da decisão

Monte Bravo: Estratégia do Copom de anunciar fim do ciclo tira impacto desejado da alta de 0,25 p.p.

A estratégia do Copom de anunciar previamente o final do ciclo é “bastante incomum”, pois tira muito do impacto desejado de uma alta, afirma a Monte Bravo.

Os economistas da casa dizem que, na prática, as curvas futuras dos prazos superiores a um ano deverão cair, da mesma forma que ocorreria com a manutenção.

“O anúncio antecipado do final do ciclo de alta fere a tradição de fazer um comunicado que ainda deixa a porta aberta, com o texto usual de ‘monitorar atentamente’, a opção do BC dá segurança ao mercado sobre o fim do ciclo e, portanto, deve sancionar um fechamento dos juros nos termos intermediários”.

De qualquer modo, a Monte Bravo destaca que a mensagem do Banco Central é de que vai manter uma postura contracionista por um período prolongado para assegurar a convergência.

Selic a 15% é suficiente para conter inflação e atividade, diz Rio Bravo — se não for, problema é fiscal

A Selic no atual patamar “ultra restritivo” é mais do que suficiente para controlar a inflação e a atividade econômica, afirma o economista da Rio Bravo Investimentos, José Alfaix. O Comitê de Política Monetária (Copom) elevou os juros em 0,25 ponto percentual (p.p.) nesta quarta-feira (18).

O economista da Rio Bravo avalia que, se a nova taxa básica não surtir efeito sobre a economia, pode haver entraves comprometendo o canal da política monetária — “teríamos que começar a olhar ainda mais atentamente o fiscal“.

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Itaú: Esperamos que Copom mantenha Selic em 15% até o início de 2026

A alta da Selic para 15% divergiu da projeção do Itaú, mas em linha com o esperado, disse o economista-chefe do banco, Mario Mesquita.

“O Copom afirmou que os juros precisarão permanecer em nível contracionista por período bastante prolongado e que podem retomar o ciclo de alta, caso necessário. Se isso ocorrerá ou não, os dados dirão. O fato é que, historicamente, uma vez pausado um ciclo de alta, o Copom leva de 4-5 reuniões antes de se mover na direção oposta”, acrescentou Mesquita em nota.

Com a decisão desta quarta-feira (18), o Itaú atualizou as projeções e agora estima que a Selic deve se manter em 15% ao ano até o início de 2026. A partir de então, o Copom deve iniciar um ciclo de afrouxamento de 200 pontos-base, ou seja, de ate 2 pontos percentuais — levando a Selic para 13% ao ano.

“Uma valorização da taxa de câmbio pode antecipar esse movimento, enquanto uma economia mais forte do que o esperado pode levar o Copom a adiar o início do ciclo de cortes.”

Inter: Decisão não foi surpresa, mas foi mais “hawkish” do que o esperado

A economista-chefe do Inter, Rafael Vitória, diz que a decisão do Copom em elevar a Selic para 15% não foi uma surpresa, mas foi “hawkish” considerando que as expectativas de mercado estavam divididas entre a alta de 0,25 p.p. e a manutenção.

“O Copom manteve sua avaliação sobre o balanço de riscos para a inflação e […] menciona os sinais de moderação do crescimento da economia por um lado, mas também ressalta as incertezas na condução da política fiscal, com pressões no mercado de trabalho e projeções de inflação ainda elevadas”, afirma Vitória.

A expectativa do Inter é de manutenção da Selic em 15% até o fim de 2025.

“Na nossa visão, a condução da política fiscal será fundamental para a determinação do início dos cortes de juros. Caso tenhamos novo aumento de gastos e uma indicação de orçamento mais expansivo em 2026, o Copom pode manter os juros elevados por mais tempo, postergando cortes de juros até uma queda mais significativa da inflação corrente.”

Galapagos Capital: Apesar do encerramento do ciclo, o cenário atual permanece desafiador

Na avaliação de Tatiana Pinheiro, economista-chefe da Galapagos Capital, o cenário atual permanece desafiador para o Copom, apesar da sinalização de fim do ciclo de aperto monetário.

“Apesar do encerramento do ciclo, o cenário atual permanece desafiador: expectativas desancoradas, projeções de inflação ainda elevadas, economia resiliente e mercado de trabalho pressionado. Isso implica que, principalmente, a atividade econômica será avaliada com profundidade a cada dado divulgado até que a inflação corrente dê sinais contundentes de convergência à meta no horizonte relevante”, afirma Pinheiro.

Para ela, os efeitos da política monetária começarão a se materializar ao longo do segundo semestre deste ano,  com desaceleração da atividade e recuo da inflação corrente contribuindo para a reancoragem das expectativas.

Já o cenário externo deve seguir “complexo” no curto prazo. Além disso, o impacto desinflacionário sobre os emergentes das novas tarifas comerciais impostas pelos EUA também deve ocorrer apenas na segunda metade do ano.

“Com isso, reforçamos a necessidade de prudência na condução de política monetária no curto prazo”, afirma a economista-chefe da Galapagos. A casa já prevê o início de cortes na Selic em dezembro, com redução inicial de 50 pontos-base — o que levaria a Selic a encerrar 2025 a 14,50% ao ano.

A gestora ainda projeta um ciclo de quedas graduais, que devem levar a taxa de juros para 10,50% em julho de 2026.

 

Master: Decisão do Copom foi bastante ‘hawkish’, mostrando que o colegiado está preocupado com o controle da inflação

Para Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master, o comunicado da decisão do Copom foi bastante “hawkish”, mostrando que o colegiado está preocupado com o controle da inflação e agindo para que a inflação convirja para a meta.

“O Copom retirou a menção ao balanço simétrico ou assimétrico, embora tenha listado três fatores de risco altistas e três baixistas. Foi uma decisão bastante dura, que deve inclusive ter efeitos amanhã, como a valorização do real e, eventualmente, a redução das expectativas inflacionárias”, disse Gala.

Ele ainda considerou que as expectativas continuam desancoradas, tanto em meses quanto em anos, e “isso é um problema”. “A atividade econômica segue resiliente e há vários riscos internos e externos no radar.”

O economista-chefe do Master também chama a atenção para a sinalização de que a taxa de juros deve permanecer contracionista por um período suficientemente longo. “Acredito que seguiremos com esse juro em 15% por um bom tempo — entrando no ano que vem, senão até meados de 2026”, afirmou.

Gala também afirmou que, se o Federal Reserve (BC dos Estados Unidos), cortar os juros para a banda entre 3,75% a 4% ao ano no segundo semestre e o Copom mantiver a Selic em 15%, isso deve aumentar ainda mais o diferencial de juros.

“Estaremos falando de um diferencial de 11 pontos percentuais — um diferencial brutal. Isso deve fortalecer ainda mais o real, que tende a se apreciar nos próximos dias. A curva de juros de longo prazo também deve cair, diante dessa sinalização mais ‘hawkish’ do Copom no Brasil.”

Mais cedo, o Fed manteve os juros inalterados na faixa de 4,25% a 4,50% ao ano com a sinalização de dois cortes nos juros, de 25 pontos-base cada, até dezembro.

Daycoval: Ciclo de corte nos juros é assunto fora da mesa

Para Julio Cesar Barros, economista do Banco Daycoval, a decisão do Copom teve um “tom mais duro” do que o esperado.

“O destaque é para a afirmação de que ‘para segurar a convergência da inflação à meta em ambiente de expectativas desancoradas, exige-se uma política monetária em patamar significativamente contracionista por período bastante prolongado’. Ou seja, o ciclo de corte de juros é assunto fora da mesa. Isto, de certa forma, vai em linha com nossa expectativa de retomada dos cortes de juros apenas em 2026”, afirmou Barros.

O economista ainda considera que o ciclo de altas na Selic chegou ao fim e que será preciso deterioração importante para a retomada do ciclo de alta de juros novamente esse ano.

XP: Copom fecha a porta para novas altas, mas não joga a chave fora

O Copom fechou a porta para novas altas na Selic nesta quarta-feira (18), mas não jogou a chave fora, diz o economista da XP, Rodolfo Margato. O Banco Central afirmou que interromperá o ciclo de alta, mas enfatizou que não hesitará em retomá-lo.

Morgato também diz que os diretores tentaram afastar a precificação de cortes, ao indicar a manutenção dos juros no atual patamar por período bastante prolongado.

Ainda assim, o economista espera que parte do mercado interprete o conjunto da decisão e do comunicado como mais dovish (suave).

A XP projeta que o Copom inicie os cortes dos juros apenas no segundo trimestre de 2026.

Postura hawkish do Copom deve ajudar na reancoragem das expectativas, diz Rio Bravo

BC encerra ciclo de alta da Selic em 15% ao ano, diz José Alfaix, economista da Rio Bravo.

Apesar da inflação ainda longe da meta e da economia aquecida, a autoridade mostra cautela com alta de 25 pontos-base.

O cenário externo incerto e a resiliência dos preços de serviços mantêm a pressão inflacionária.

A postura hawkish do Copom deve ajudar na reancoragem das expectativas e pode corrigir a inversão recente da curva de juros, beneficiando prazos mais curtos.

Ancord: Decisão do Copom é ‘dura’, mas coerente

Para Pablo Spyer, conselheiro da Ancord e economista, a decisão do Copom de elevar a Selic para 15% é “dura”, mas coerente com a persistência das pressões inflacionárias e a falta de clareza no ajuste fiscal.

“O Banco Central demonstra, mais uma vez, seu compromisso com a estabilidade de preços em meio a um cenário de incerteza local e externa. Para o mercado de capitais, a decisão reforça a necessidade de disciplina macroeconômica e o papel crucial da política monetária na preservação da confiança dos investidores”, afirmou Spyer.

Entrepay: Elevação da Selic pode ser vista como um passo antecipado; mercado deve reagir com ajustes ‘moderados’

Marcio Saito, CFO da Entrepay, espera que o mercado reaja à decisão do Copom com “ajustes moderados”: queda leve nos juros futuros, real um pouco mais forte e movimentações pontuais na bolsa.

Ele também afirma que a elevação dos juros pode ser vista como “um passo antecipado” para os analistas que já projetavam Selic próxima a 16% até o fim do ano. “Isso pode levar empresas e investidores a reverem suas estratégias para se proteger da alta dos juros ou para aproveitar oportunidades nos investimentos de renda fixa.”

“Juros mais altos tornam o crédito mais caro para pessoas e empresas, o que impacta o consumo e o ritmo de vendas, especialmente no varejo e em serviços que dependem de parcelamentos ou financiamentos. No setor de meios de pagamento, isso pode reduzir o número de transações financiadas e exigir ajustes nos preços e no controle de riscos”, acrescentou Saito.

 

SulAmérica Investimentos: Comunicado veio um pouco ‘dovish’ ao deixar claro que o plano de voo é parar

A decisão do Copom em elevar a Selic para 15% ao ano contrariou as expectativas da SulAmérica Investimentos.

“A decisão é hawkish ao entregar a alta, quando grande parte dos economistas – nós, inclusive – esperavam manutenção, e mercado estava em 60% para alta. No entanto, achei a comunicação um pouco dovish, ao dar mais um passo na avaliação de atividade, mostrando um pouco mais de certeza na desaceleração. E já deixar claro que o plano de voo é parar”, avaliou Natalie Victal, economista-chefe da casa.

Na avaliação dela, o comunicado do Copom ainda usou a termo “bastante prolongado” para sinalizar a estratégia à frente. “Assim, tenta inibir a previsão de antecipação de cortes. Para frente, o comitê deixa claro que o cenário base é pausar o ciclo. Aqui mais uma tentativa de reforçar o higher for longer ao manter a ameaça de retomar o ciclo.”

Para a SulAmérica Investimentos, a Selic deve encerrar o ano em 15%, com cortes nos juros apenas no primeiro trimestre de 2026.

Faz Capital: A sinalização clara de que o ciclo está próximo do fim foi o ponto positivo da decisão

Para Alexandre Pletes, head de renda variável na Faz Capital, a sinalização “clara” de que ciclo de aperto monetário está próximo do fim foi o principal “ponto positivo” da decisão do Copom.

“Acreditamos que a autoridade monetária já caminha para o encerramento do ciclo de alta, mas esse movimento pode ter sido influenciado por fatores adicionais, como o aumento das tensões no Oriente Médio, que elevam a incerteza sobre os preços do petróleo e, por consequência, sobre a inflação futura”, disse.

Hoje, o Comitê elevou a Selic para 15% ao ano. Para Pletes, a elevação ajuda a reduzir incertezas à frente. “Agora, o mercado deve voltar suas atenções para a evolução dos riscos geopolíticos e para a resposta da curva de juros nas próximas semanas”, afirmou.

Retirada do trecho com possível desaceleração econômica global chama atenção, diz Oby Capital

O Copom elevou hoje a Selic para 15% ao ano, em linha com a expectativa da Oby Capital, e sinalizou que, salvo surpresas no cenário econômico, este deve ser o fim do ciclo de alta de juros.

O objetivo agora é avaliar os efeitos defasados da política monetária.

Apesar de nenhuma alteração relevante nas projeções, chamou atenção a retirada do trecho que citava uma possível desaceleração econômica global mais acentuada, o que elimina um dos sinais dovish (mais suaves) que constavam no comunicado anterior.

A gestora também destaca a mensagem clara de que, em um ambiente de expectativas desancoradas, os juros precisarão permanecer no patamar atual por um período bastante prolongado, reforçando o tom hawkish (mais duro) do Banco Central.

Decisão de elevar a Selic para 15% ao ano surpreendeu parte do mercado, diz Blue3

Para Bruna Centeno, economista da Blue3, a decisão do Copom de elevar a Selic para 15% ao ano surpreendeu parte do mercado, que majoritariamente apostava na manutenção dos juros.

A economista destaca que a decisão unânime reforça o grau de preocupação do Banco Central.

Segundo ela, o movimento reflete o aumento das incertezas no cenário externo, com destaque para o conflito no Oriente Médio e sua pressão sobre os preços do petróleo, além do risco fiscal doméstico, que voltou ao centro dos debates após discussões sobre IOF e taxação de ativos isentos.

Mesmo com o IPCA de maio abaixo das expectativas (+0,26% no mês), a inflação acumulada ainda roda acima de 5% há quatro meses, o que, combinado com o cenário externo e fiscal, justificou o tom mais duro do BC e a elevação dos juros ao maior patamar desde julho de 2006.

Davos Financial Partnership: A escolha de apertar ainda mais a política monetária reforça a credibilidade do Copom

A escolha de apertar ainda mais a política monetária, mesmo com uma conjuntura mais benigna no curto prazo, busca reforçar a credibilidade da autoridade monetária, na avaliação de Ricardo Pompermaier, estrategista-chefe da Davos Financial Partnership.

Para ele, a decisão de elevar a Selic para 15% ao ano mira, acima de tudo, a ancoragem das expectativas e a preservação do regime de metas, “diante de um cenário fiscal ainda frágil e de incertezas persistentes”.

“O Banco Central optou por um movimento mais conservador em meio à desaceleração da atividade econômica e à melhora de alguns indicadores de curto prazo, inclusive o câmbio, que tem colaborado para manter a inflação mais controlada”, disse Pompermaier.

 

WHG: Unanimidade reforça credibilidade da decisão do Copom

A unanimidade do Copom ao elevar a Selic para 15% ao ano reforça a credibilidade da decisão, diz o economista da WHG, Gabriel Malatesta.

“Para uma reunião em que o mercado se encontrava tão dividido, a unidade do comitê em torno de uma decisão que consideramos ‘hawk’ reforça a credibilidade da decisão”, afirma.

O economista destaca ainda o sinal claro de pausa, mas com porta aberta para ajustes adicionais se o quadro piorar.

“15 % tende a ser o pico, e cortes ficam fora do radar até o final do ano ou até mesmo início do ano que vem, dependentes de nova queda nos núcleos de serviços e reancoragem das expectativas”.

BMG: Decisão do Copom contrariou as nossas expectativas

Na visão de Flávio Serrano, economista-chefe do Banco BMG, a decisão do Copom de elevar a Selic para 15% ao ano contrariou as expectativas da casa. “Acreditávamos que o BC manteria a taxa estável em 14,75% a.a. nesse encontro de junho.”

“O comitê, como sempre, enfatizou que seguirá vigilante e que a taxa básica poderá ser ajustada e não hesitará em prosseguir no ajuste caso julgue apropriado. Acreditamos que esse movimento marcou o final do processo de ajuste da taxa básica de juros, que seguirá estável provavelmente até o final de 2025”, afirmou Serrano.

ASA: Copom opta por decisão e comunicado levemente hawkish

O Copom optou por uma decisão e comunicado levemente hawkish, ao elevar a Selic a 15% por ano e indicar a manutenção da taxa em patamar restritivo por um período prolongado, diz o economista do ASA, Leonardo Costa.

No comunicado, os diretores retiraram o peso do risco oriundo da guerra comercial e reforçaram que continuam observando desaceleração da atividade doméstica, com balanço de riscos equilibrado.

O ASA aposta na manutenção da Selic no patamar de 15% até dezembro de 2025, quando o Banco Central deve começar o ciclo de corte de juros.

The Hill Capital: decisão do Copom mostra que os diretores estão comprometidos com a meta de inflação

Na avaliação de Marcelo Bolzan, planejador financeiro CFP e sócio da The Hill Capital, a decisão do Copom em elevar a Selic em 25 pontos-base “é bastante positiva”.

“Minha expectativa é que depois dessa subida de 15%, que a Selic continue nesse patamar até o final do ano, mesmo o Banco Central deixando em aberto. Acredito que é um fechamento [de ciclo] com chave de ouro”, disse Bolzan.

“Os diretores do Banco Central poderiam já ter parado de subir juros até porque o mercado estava dividido, e eles optaram por fazer esse novo aumento. Então, sem dúvidas, vejo um tom hawkish”, acrescentou.

O sócio da The Hill Capital ainda considera que a decisão mostra o comprometimento do Copom em fazer a inflação convergir à meta — de 3% com tolerância de 1,5% para cima ou para baixo.

Ativa: Se o BC não tivesse sinalizado fim do ciclo, o mercado poderia até esperar novas altas

Para Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa, o Copom subiu a Selic para 15% ao ano, com um comunicado tão duro que poderia justificar altas maiores que 25 pontos-base.

Segundo ele, se o BC não tivesse sinalizado explicitamente a interrupção do ciclo, o mercado poderia até ler o texto como prenúncio de novas altas.

O tom austero tem como objetivo claro afastar qualquer expectativa de corte precoce dos juros. Sanchez também destaca que o BC reforçou o viés hawkish ao afirmar que “não hesitará em prosseguir no ciclo de ajuste, se julgar apropriado”.

Nas projeções, o IPCA de 2025 subiu de 4,8% para 4,9%, enquanto 2026 ficou estável em 3,6%. A expectativa da casa é de Selic em 15% até meados de 2026.

BGC Liquidez: Nova alta da Selic reforça BC independente e comprometido com o mandato

A alta de 0,25 p.p. na Selic reforça a expectativa em uma autoridade monetária independente, comprometida com o cumprimento de seu mandato, diz o estrategista-chefe da BGC Liquidez, Daniel Cunha.

O plano do Banco Central é deixar a taxa Selic de 15% agir por um período “bastante prolongado”, monitorando de perto seus efeitos acumulados ainda não observados.

No entanto, o Comitê enfatizou sua vigilância, afirmando que as futuras decisões de política monetária permanecem flexíveis e que não hesitará em retomar o ciclo de aumento de juros, se necessário.

“Isso deve aumentar a confiança nos ativos brasileiros, particularmente no BRL, e apoiar um achatamento da curva”, afirma Cunha.

Copom: O tom do comunicado foi bastante firme, avalia Portofino

Para Thomas Gibertoni, especialista da Portofino Multi Family Office, a decisão do Copom de elevar a Selic para 15% ao ano (+25 pontos-base) reflete a preocupação com a inflação, mesmo com juros já elevados.

O tom do comunicado foi bastante firme, indicando que os juros devem permanecer altos por um período prolongado, numa estratégia de política monetária contracionista, que visa frear o consumo e controlar os preços.

Gibertoni ressalta que, embora o BC veja os riscos para a inflação equilibrados, as pressões inflacionárias parecem mais prováveis no momento.

RB Investimentos: comunicado veio dentro do esperado, mesmo para quem projetava estabilidade

Para Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos, a decisão do Copom de elevar a Selic para 15% acompanhada de uma possível manutenção dos juros na próxima reunião veio dentro do esperado, mesmo para quem projetava estabilidade.

“Há riscos inflacionários em ambas as direções e as expectativas seguem pressionadas, tanto para 2025 quanto para 2026. O grande ponto de atenção agora é observar, até o fim do mês, o comportamento da curva de juros e das expectativas de inflação. Se o Boletim Focus e o mercado começarem a ajustar para baixo as projeções de 2026 e 2027, pode haver algum alívio”, afirmou Cruz.

O estrategista considera que o mercado interpreta que, sem avanços consistentes na área fiscal, será necessário manter juros altos por mais tempo — o que tem elevado a curva de juros em todos os vértices.

“O ideal seria ver esse choque de juros atual impactando as pontas longas da curva, o que indicaria maior confiança nas medidas do Banco Central. Caso isso não ocorra nos próximos dias, o efeito prático da alta de hoje, especialmente na tentativa de ancorar expectativas, pode acabar sendo limitado. Esse será o principal ponto de atenção daqui para frente.”

Copom encerra ciclo de alta em tom hawkish, diz Asset 1

Para Luis Cezario, economista-chefe da Asset 1, o Copom subiu a Selic para 15% ao ano (+25 pontos-base) e sinalizou o fim do ciclo de alta, mas com mensagem clara de que não deve iniciar cortes tão cedo.

Segundo ele, o comitê busca avaliar se manter os juros elevados por um período prolongado será suficiente para trazer a inflação para o centro da meta.

A estratégia, na visão da Asset 1, é encerrar de forma hawkish, evitando que o mercado interprete a pausa como um sinal de menor compromisso no combate à inflação — principalmente com as projeções ainda acima da meta.

Ao mesmo tempo, o BC demonstra preocupação em não exagerar no aperto e prejudicar ainda mais a atividade econômica.

O que mudou no comunicado do Copom que elevou a Selic a 15%? Veja a comparação

O Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a Selic em 0,25 ponto percentual (p.p.), de 14,75% para 15,00% ao ano. Esse é o maior nível da taxa básica de juros desde meados de 2006.

A decisão do colegiado foi unânime e em linha com o esperado por parte do mercado. Na última atualização, com data de referência de ontem (17), o contrato de Opções de Copom da B3 apontava a chance de 64,75% de o Banco Central elevar os juros em 0,25 ponto percentual.

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Selic a 15%: Veja onde investir e quanto rendem R$ 10 mil no Tesouro Direto, poupança e CDB

Comitê de Política Monetária (Copom) anunciou nesta quarta-feira (18) mais uma decisão sobre a Selic. O colegiado do Banco Central optou por um novo aumento, desta vez menor, de 0,25 ponto percentual.

Com isso, a taxa básica de juros subiu de 14,75% para 15%, atingindo o maior patamar em quase 20 anos — em junho de 2006, estava em 15,25%.

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>> Projeção do Copom para a inflação em 2026, atual horizonte relevante de política monetária, situa-se em 3,6%
Selic deve cair somente em 2026, estima BB Previdência

A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de elevar a Selic para 15% ao ano indica um grau a mais no nível de austeridade do Banco Central, que já vem aumentando os juros desde setembro do ano passado, e um recado de que vai continuar perseguindo com ainda mais afinco a meta de inflação, avalia Ricardo Serone, Diretor Financeiro e de Investimentos da BB Previdência.

Segundo Serone, a desaceleração da inflação em maio, bem como as expectativas do mercado para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que também vêm recuando, aliado ao dólar mais fraco, ainda não foram suficientes para levar tranquilidade à autoridade monetária.

“A inflação está resiliente, acima do teto da meta, o que deve manter os juros em patamar elevado por mais tempo”, acredita.

Colaboram para este cenário, diz o executivo, as incertezas em relação ao equilíbrio fiscal, além da atividade econômica e mercado de trabalho aquecidos. “A perspectiva é que a taxa comece a cair somente a partir de 2026”, afirma.

>> Copom: No cenário doméstico, o conjunto dos indicadores de atividade econômica e do mercado de trabalho ainda tem apresentado algum dinamismo, mas observa-se certa moderação no crescimento
>> Copom: ​Ambiente externo mantém-se adverso e particularmente incerto em função da conjuntura e da política econômica nos EUA, principalmente acerca de suas políticas comercial e fiscal e de seus respectivos efeitos
Decisão de elevar a Selic a 15% foi unânime

Votaram pelo ajuste: Gabriel Muricca Galípolo (presidente), Ailton de Aquino Santos, Diogo Abry Guillen, Gilneu Francisco Astolfi Vivan, Izabela Moreira Correa, Nilton José Schneider David, Paulo Picchetti, Renato Dias de Brito Gomes e Rodrigo Alves Teixeira.

Copom eleva Selic em 0,25 p.p., a 15%, e indica interrupção do ciclo de altas

O Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a Selic em 0,25 ponto percentual (p.p.) na reunião desta quarta-feira (18), em decisão unânime. Com isso, a taxa básica de juros saiu do patamar de 14,75% para 15% ao ano.

No comunicado, os diretores afirmam que a decisão “é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante”. Além disso, a alta implica a suavização das flutuações do nível de atividade econômica e o fomento do pleno emprego.

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Veja as projeções dos bancos e casas de análises para o Copom de hoje (18)
  • Alta de 0,25 p.p.: ASA, BTG Pactual, Galapagos, HSBC e Santander;
  • Manutenção: Ativa, Bank of America, Bradesco Asset, Daycoval, Inter, Itaú, JP Morgan, Kinea, Monte Bravo, Morgan Stanley, UBS BB, Warren e XP Investimentos
Inter: Copom deve manter Selic em 14,75% e adotar tom hawkish

Os dados de atividade, que indicam uma desaceleração da economia, devem levar o Copom a encerrar o ciclo de altas da Selic hoje (18), vê o Inter. A projeção é de que a taxa seja mantida no patamar de 14,75% ao ano.

“Os dados de atividade continuam indicando desaceleração da economia, com o varejo caindo 0,4% em abril e serviços subindo apenas 0,2%, com qualitativo mais enfraquecido. Juntamente com o dado mais ameno do IPCA de maio e o cenário de dólar mais fraco, o BC pode pausar já na próxima reunião”, diz a economista-chefe Rafaela Vitoria.

O Banco Central deve manter o tom hawkish e afastar uma discussão precipitada sobre queda de juros.

HSBC: Copom deve elevar Selic a 15% e encerrar ciclo

O HSBC projeta um aumento de 0,25 p.p. na Selic na reunião de hoje, o que implicaria uma taxa de 15%.

“A lacuna de produção persistentemente aberta, evidente em dados recentes, será o principal impulsionador dessa decisão”, diz Daniel Lavarda.

O banco espera que esse seja o ajuste terminal do ciclo.

Bank of America: Copom deve encerrar o ciclo de alta de juros nesta quarta (18)

O Bank of America acredita que o Copom deve encerrar o ciclo de alta de juros nesta quarta (18) e manter a Selic em 14,75%, em decisão unânime.

“A atividade, a inflação atual e esperada e o câmbio caíram desde a última reunião, criando espaço para manter as taxas”, afirmam os economistas.

Apesar disso, o banco reconhece os riscos de mais uma alta de 0,25 p.p.

Santander: Falas recentes do BC buscaram alinhar expectativas do mercado

O Santander diz que o Banco Central tinha a intenção de influenciar os preços dos ativos no mercado com as falas recentes.

“Acreditamos que a sinalização recalibrada do Copom reflete um movimento tático para evitar distorções na curva de juros — e não, nas palavras do diretor Gabriel Galípolo, uma guinada abrupta na política monetária”, afirma Marco Antonio Caruso, chefe de política monetária.

O banco espera que o Copom eleve a Selic em 0,25 ponto percentual (p.p.) na decisão desta quarta-feira (18).

BTG Pactual: Alta da Selic a 15% pode reforçar credibilidade do Copom

O BTG Pactual avalia que uma elevação da Selic para 15% ao ano seria uma oportunidade para o Copom reforçar sua credibilidade diante de expectativas desancoradas e inflação de serviços ainda elevada.

O banco projeta, inclusive, que os diretores elevem a taxa em 0,25 p.p. nesta quarta-feira (18).

A economista Iana Ferrão afirma que a projeção é baseada na sequência de indicadores que apontam “atividade resiliente e inflação de serviços ainda elevada, em um contexto de expectativas desancoradas”.

Mercado está dividido sobre decisão do Copom nesta quarta-feira (18)

Opções de Copom da B3 mostram que 64,75% do mercado espera uma nova alta de 0,25 p.p. da Selic e 34% aposta em uma estabilidade do atual patamar de 14,75% ao ano.

Raízen (RAIZ4) cai com revisão negativa da Fitch; confira as maiores quedas do Ibovespa nesta quarta-feira (18)

A ponta negativa foi liderada por Raízen (RAIZ4), com os investidores ainda reagindo à revisão de perspectiva para empresa pela Fitch.

Na última segunda-feira (16), a agência de classificação de risco revisou a perspectiva do rating de Inadimplência do Emissor (IDR) para moeda estrangeira e local de longo prazo da Raízen de estável para negativa, mas manteve em estável a perspectiva na escala nacional.

Confira as maiores quedas do Ibovespa nesta quarta-feira (18): 

> Raízen (RAIZ4): -4,32%, a R$ 1,77

> Vamos (VAMO3): -3,20%, a R$ 4,84

> Cogna (COGN3): -3,03%, a R$ 2,88

> Eletrobran PN (ELET6): -2,27%, a R$ 45,11

> Eletrobras ON (ELET3): -2,15%, a R$ 40,55

Embraer (EMBR3) sobe 4% com novos pedidos; confira as maiores altas do Ibovespa nesta quarta-feira (18)

A ponta positiva do Ibovespa foi liderada por Embraer (EMBR3), que chegou a subir mais de 5% durante a sessão.

As ações da fabricante de aeronaves brasileira foram impulsionadas pelo anúncio de um pedido firme da SkyWest para 60 aeronaves E175, com direitos de compra para 50 jatos adicionais, no valor de US$ 3,6 bilhões.

Confira as maiores altas do Ibovespa nesta quarta-feira (18): 

> Embraer (EMBR3): +3,99%, a R$ 72,90

> Minerva (BEEF3): +2,93%, a R$ 4,92

> BRF (BRFS3): +2,10%, a R$ 20,92

> Vivara (VIVA3): +1,99%, a R$ 25,62

> B3 (B3SA3): +1,92%, a R$ 13,79

Ibovespa fecha próximo da estabilidade em ‘modo de espera’ pela decisão do Copom; dólar sobe a R$ 5,50

Na véspera do feriado de Corpus Christi, o Ibovespa (IBOV) enfrentou um dia volátil guiado pelas decisões de política monetária nos Estados Unidos e no Brasil. As tensões geopolíticas com foco no conflito entre Israel e Irã permaneceram injetando cautela nos mercados.

Nesta quarta-feira (18), o principal índice da bolsa brasileira fechou aos 138.716,64 pontos, com queda de 0,09%. 

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Taxas dos DIs fecham perto da estabilidade com mercado à espera do Copom

As taxas dos DIs nesta quarta-feira (18) pouco se afastaram dos níveis dos ajustes da véspera, com investidores travando posições à espera da decisão sobre juros do Federal Reserve, que saiu no meio da tarde, e principalmente da definição da Selic pelo Banco Central brasileiro, programada para esta noite.

Enquanto a decisão do Fed ficou dentro do esperado, o mercado se manteve dividido entre a manutenção da Selic em 14,75% ao ano e a possibilidade de elevação adicional de 25 pontos-base da taxa básica.

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Dólar tem leve alta e fecha a R$ 5,50 à espera de Copom

A Super Quarta chegou e o dólar operou instável com as decisões de política monetárias no Brasil e nos Estados Unidos. A escalada do conflito entre Israel e Irã continuou no radar.

Nesta quarta-feira (18), o dólar à vista (USDBRL) encerrou as negociações a R$ 5,5009, com alta de 0,07%.

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Mercado se divide em relação a expectativa para o Copom de hoje (18); Ibovespa opera de lado

O Comitê de Política Monetária (Copom) define nesta quarta-feira (18) o futuro da taxa Selic. Parte do mercado vê momento ideal para fim do aperto monetário, com manutenção dos 14,75%, enquanto outros defendem alta de 0,25 ponto percentual (p.p).

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Selic a 14,75% ou 15%? Veja as apostas de 10 bancos para o Copom desta quarta-feira (18)

O mercado está dividido quanto à reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) desta quarta-feira (18). Segundo as Opções de Copom da B3, 61% dos investidores apostam na alta de 0,25 ponto percentual (p.p.) da Selic, enquanto 37,50% veem uma manutenção.

A princípio, a estabilidade da taxa básica de juros era consenso no mercado, mas as falas recentes da diretoria do Banco Central (BC) reacenderam o viés de alta.

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Editora-assistente
Editora-assistente no Money Times e graduada em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Atua na área de macroeconomia, finanças e investimentos desde 2021.
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Editora-assistente no Money Times e graduada em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Atua na área de macroeconomia, finanças e investimentos desde 2021.
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Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
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