A economista-chefe do Inter, Rafaela Vitória, considerou o comunicado do Copom “mais simples” e sem novidades, com a indicação de novas altas nesse ciclo e deixando em aberto o ritmo dos próximos ajustes e o tamanho total do aperto monetário.
“A visão do balanço de riscos permanece com um viés altista, devido ao mercado de trabalho aquecido e o hiato positivo”, avalia a economista-chefe. Ela afirma que o juro real já está em patamar bastante restritivo e a defasagem desse efeito deve ter impacto na desaceleração da atividade nos próximos meses.
Para ela, o cenário de incerteza pode evoluir tanto para uma melhora na expectativa de inflação, quanto para uma nova deterioração.
“Um pacote de medidas de ajuste fiscal mais robusto pode resultar em uma retomada, ainda que parcial, da credibilidade da política fiscal, reduzindo o prêmio de risco no câmbio, além de retirar pressão da demanda interna, o que resultaria em uma desaceleração mais rápida da inflação nos próximos meses. Por outro lado, caso o gasto público tenha nova expansão em 2025, a inflação pode ter nova alta, tanto pela via de repasse cambial como pela demanda interna aquecida”, disse Rafaela Vitória.
O cenário-base do Inter continua de alta de 50 pontos-base na reunião de dezembro, “mesmo com a expectativa de desaceleração do IPCA em novembro, com a redução da tarifa elétrica”, e novo corte esperado de 25 pontos-base pelo Federal Reserve (Fed), o Banco Central dos Estados Unidos.