Temperaturas em elevação ameaçam célebre azeite de oliva da Grécia
Meses antes de a colheita começar, em novembro, o produtor de azeite de oliva grego Michalis Antonopoulos já sabia que o ano não seria bom.
Primeiro, suas árvores não floresceram totalmente porque o inverno passado não foi frio e úmido o suficiente.
Na primavera, as temperaturas dispararam a 38 graus Celsius, danificando as flores que deveriam se tornar azeitonas.
Depois o verão trouxe a pior onda de calor em décadas, ressecando as azeitonas e desencadeando incêndios florestais que queimaram centenas de milhares de árvores.
Entre oliveiras centenárias de seu pomar de Kalamata, a região de produção de azeitonas mais conhecida da Grécia, Antonopoulos mostrou os resultados: galhos meio cheios, com azeitonas pequenas ou enrugadas, ou apodrecendo sob o ataque de uma mosca de fruta.
“Estamos testemunhando fenômenos e problemas que não víamos 20 anos atrás”, disse Antonopoulos, que comanda a cooperativa local de plantadores de azeitonas, estimando uma queda de 50% na produção regional.
A Europa teve o verão mais quente já registrado e cientistas dizem que o clima instável que prejudicou as oliveiras é o que se pode esperar da mudança climática.
A Grécia é a terceira maior produtora mundial de azeite de oliva, e a variedade grega é particularmente cobiçada por sua alta qualidade, conhecida como “extra virgem”.