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‘Temos um pré-sal caipira. Não podemos engolir o que o mundo tenta impor’, diz secretário de Agricultura de São Paulo

11 set 2024, 12:14 - atualizado em 11 set 2024, 12:14
são paulo etanol
(Foto: Secretaria de Agricultura)

O secretário de Agricultura do Estado de São Paulo, Guilherme Piai, defendeu, em evento do Bradesco BBI AgroSummit, em São Paulo, o uso do etanol para combustíveis.

O secretário conversou com Fernando Honorato, economista-chefe do Bradesco, e Alexandre Mendonça de Barros, sócio consultor da MB Agro sobre perspectivas no estado.

Perguntado sobre os biocombustíveis, em meio a recente aprovação do projeto de lei do “Combustível do Futuro“, Piai chamou atenção para a cana-de-açúcar do estado.

“São Paulo tem um pré-sal caipira. São quase 6 milhões de hectares de cana, quase 60% do que tem no Brasil. Nada contra os carros elétricos, mas acho que não podemos engolir o que o mundo está despejando aqui, porque não deu certo em outros países, e deixar de aproveitar nossos recursos naturais disponíveis. O carro da secretaria de Agricultura só abastece com etanol, precisamos dar o exemplo”, comenta.

O papel de São Paulo na descarbonização

Piai reforça que São Paulo é o grande responsável pela descarbonização no Brasil, com mais de 50% da produção nacional de etanol, com o etanol mais limpo do planeta.

O secretário ainda afirma que a transição energética do estado passa pelo agronegócio, e que o estado tem tudo para liderar o processo de transição energética

“Das 180 usinas do estado, 70 delas estão a 20 quilômetros de gasodutos já existentes, e todas se mobilizam para produzir combustíveis renováveis”, diz.

Ainda segundo ele, o governador Tarcisio de Freitas já deu um recado claro ao mercado, a partir do PL 1510/2023, que prevê isentar e cobrar de forma gradativa o IPVA de caminhões e ônibus movidos a hidrogênio, biogás e biometano, assim como carros híbridos onde a segunda fonte é o etanol.

“Essa é a nossa aposta. O Brasil importa 10 milhões de litros de diesel e isso precisa mudar”, discorre.

Impactos dos incêndios

Piai, que também atua como produtor rural, ressaltou os impactos que São Paulo tem sentido pelos incêndios. De acordo com levantamento, 8.100 propriedades rurais em 308 municípios foram atingidas, sendo que 48 declararam emergência, numa área aproximada de 500 mil hectares.

“Desse número, foram 240 mil hectares do setor da cana foram atingidos, segundo a Unica e Orplana. Vemos um prejuízo acima de R$ 2 bilhões, sendo que 90% desses incêndios foram criminosos”, disse.

O secretário enfatizou o trabalho ágil do governo do estado, com a criação de um gabinete de crise, aproximação da iniciativa privada, o que resultou em uma rápida resposta. Segundo ele, o agro é a maior vítima das queimadas. O setor representa 43,4% da balança comercial do estado.

“Atualmente temos apenas 12 municípios com focos, essa questão está controlada. No entanto, nesta sexta-feira (13), o fator ‘Triplo 30’ (umidade do ar abaixo de 30%, velocidade do vento acima de 30 km/h e temperatura acima de 30 ºC) preocupa, mas temos trabalhado de forma preventiva. Investimos R$ 6 milhões em locação de aeronaves e temos fortalecido caminhões pipa e kits de combate incêndio. As regiões mais afetadas foram Ribeirão Preto, Sertãozinho e Bebedouro”.

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