Renda Fixa

‘Temos hoje 80% da carteira em ativos de renda fixa’, diz CIO do Santander Private Banking; veja onde investir em 2025

15 jan 2025, 10:59 - atualizado em 15 jan 2025, 11:02
renda fixa - onde investir 2025
(Imagem: Giovanna Melo)

O mercado de renda fixa deve continuar remunerando bem os seus investidores em 2025. Com a extensão da aversão ao risco vista em 2024, especialistas do setor destacam que ainda há muitas oportunidades na mesa capazes de proporcionar bons retornos assumindo pouco risco.

Com tantas oportunidades no horizonte, Christiano Clemente, CIO do Santander Private Banking, destaca durante a sua participação no painel de Renda Fixa do evento “Onde Investir em 2025”, do Seu Dinheiro que o investidor, porém, nunca pode ter tudo em uma cesta só e defende a pulverização.

“Quando a gente fala em carteiras, não à toa temos hoje cerca de 75% a 80% em ativos de renda fixa. Claro que divididos ali entre prefixados, pós-fixados e juro real“, disse Clemente.

Ulisses Nehmi, CEO da Sparta Fundos de Investimento, avalia também que a sinalização do Comitê de Política Monetária (Copom) de pelo menos mais duas altas de um ponto percentual cada para este ano deixa os investimentos nessa classe de ativos ainda mais atrativos, principalmente os atrelados ao CDI.

  • VEJA MAIS: Onde investir em renda fixa em 2025? Os especialistas Ulisses Nehmi, Roberto Elaiuy e Christiano Clemente revelam oportunidades em evento gratuito 

Para dar ainda mais força ao argumento, o último Boletim Focus mostra que os economistas consultados pelo BC projetam uma Selic para o final de 2025 em 15%. Entre os analistas do mercado, esta estimativa já chega em 16%.

Nehmi avalia que as taxas, no geral, estão hoje em níveis “extremamente atrativos” e destacou também a dos títulos atrelados à inflação, que devem continuar com seu brilho este ano devido ao alto patamar que a inflação finalizou 2024. As apostas do Focus para a inflação no ano de 2025 também estão altas e já chega a 5%.

“Estamos com taxas mais altas do que a do último impeachment presidencial, então são taxas bastante convidativas”, comenta o CEO da Sparta.

Para ilustrar, de acordo com o histórico disponível no site do Tesouro Direto, o título Tesouro IPCA+ com vencimento em 2035, que existe desde 2010, teve o seu pico histórico em janeiro de 2016, com a taxa chegando a 7,80%. O último pico foi nesta terça-feira (14), com a taxa atingindo os 7,54%.

E o crédito privado?

O ano de 2024 foi recorde para o crédito privado quando se fala em captação de investidores. A indústria teve um ano forte com ganho de capital e um bom desempenho dos fundos. Apesar de uma atratividade maior nos títulos públicos, o setor privado ainda assim se mostrou mais vantajoso que outras opções do mercado em termos de rentabilidade.

Para este ano, porém, os especialistas avaliam que a preocupação esta justamente na alta da Selic. Por mais que ela traga mais rentabilidade ao investidor, ela também é a grande vilã das empresas e com isso aumenta o risco de crédito das empresas emissoras. Uma taxa cada vez mais alta acaba deixando a dívida mais cara para as tomadoras, além de gerar um aumento nas despesas financeiras, o que aumenta o risco de calote.

“Quando você diz ‘Selic maior, mais remuneração para os investidores’ isso quer dizer para quando você tem certeza que vai receber, que é no caso dos títulos públicos. Quando você fala de crédito, porém, tem alguém pagando esses juros na outra ponta. Para as empresas as coisas estão ficando mais nebulosas, o cenário está difícil o que aumenta o risco de crédito”, explica Nehmi. “O investidor olha CDI + 5% ele pensa que esse será o lucro. Se der tudo certo, ótimo, mas estamos em um cenário em que a chance de não dar tudo certo é maior”.

Onde investir em 2025 na renda fixa?

Os especialistas avaliam que dentro da classe de renda fixa, o investidor pode ter muitas oportunidades no pós-fixado, nos títulos atrelados à inflação e considerar também uma alocação em fundos multimercado, uma vez que este tipo de ativo faz investimentos em outras economias mais estabilizadas.

“Do ponto de vista de investimento global, o Brasil é muito pequeno. Investir em outros países está muito atrativo, com juros altos em outros locais também. Tem muitos temas acontecendo no momento”, explica Roberto Elaiuy, gestor de renda fixa da Kinea.

Nehmi complementa com a avaliação dos setores de infraestrutura no crédito privado, destacando que este setor é o que chama mais atenção em um momento de maior cautela com as empresas.

“Infraestrutura a gente vê como um ponto seguro porque tipicamente essas empresas captam recursos com taxas prefixadas e com a alta da Selic essas empresas são menos afetadas”, explica o CEO.

  • E MAIS: Evento do Seu Dinheiro, em parceria com o Money Times, recebe grandes nomes do mercado para compartilhar os ativos mais promissores para investir em 2025 – assista aqui

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Jornalista formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, atua há 3 anos na redação e produção de conteúdos digitais no mercado financeiro. Anteriormente, trabalhou com produção audiovisual, o que a faz querer juntar suas experiências por onde for.
juliana.caveiro@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, atua há 3 anos na redação e produção de conteúdos digitais no mercado financeiro. Anteriormente, trabalhou com produção audiovisual, o que a faz querer juntar suas experiências por onde for.
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