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BTG Pactual (BPAC11): Esperamos continuar apetite para crédito, diz CFO

14 ago 2024, 16:46 - atualizado em 14 ago 2024, 17:02
BTG
Questionado se a inadimplência preocupa o banco, Cohn lembra que o BTG possui foco principal em empresas (Imagem: Divulgação)

O BTG Pactual (BPAC11) manterá o apetite para a concessão de crédito, afirmou Renato Cohn, CFO do banco, em teleconferência de resultados com jornalistas realizado nesta quarta-feira.

No trimestre, a carteira do banco voltou a crescer. O portfólio de crédito atingiu R$ 194,8 bilhões, avanço de 27%. Deste montante, R$ 23,4 bilhões representam a carteira de crédito de pequenas e médias empresas, crescimento de 57% no ano contra ano.

“Estamos crescendo as nossas carteiras de crédito ao longo dos últimos anos, obviamente sempre de uma forma prudente, mas crescendo com consistência em valores relevantes. Esperamos continuar esse processo”, afirmou.

Apesar disso, o executivo pondera ser difícil precisar de quanto será essa expansão.

“A gente vem mais ou menos num patamar em torno de 20% ao ano, ano passado crescemos por aí, esperamos que esse ano a gente cresça a carteira de crédito mais ou menos também nesse patamar”, disse.

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Inadimplência e cenário macro

Questionado pelo Money Times se a inadimplência preocupa o banco, Cohn lembra que o BTG possui foco principal em empresas, diferente de outras instituições, o qual a pessoa física é mais relevante.

“O ciclo de inadimplência é muito diferente do que os bancos viram, que era muito mais relacionado à pessoa física, cartão de crédito, que você teve um pico de inadimplência. Então, não sentimos isso”, destaca.

Obviamente, esclarece, a inadimplência da pessoa física pode chegar na pessoa jurídica.

“Mas isso normalmente demora, tem um processo mais longo e, no nosso caso, atuamos para que isso não aconteça. Passamos por esse período sem nenhum aumento de inadimplência. Continuamos bem confiantes no nosso portfólio, na nossa carteira”, coloca.

Sobre o cenário macro, Cohn diz que a foto hoje é melhor do que há 12 meses, quando a Selic, a taxa básica de juros, estava em 12,75%.

“Não trabalhamos mais com expectativa de queda [dos juros]. Mas, se você olhar de hoje para 12 meses atrás, o juro caiu. A situação econômica, na prática, ela melhorou. Tínhamos uma expectativa que ia melhorar ainda mais e essa expectativa talvez se frustrou, mas a condição econômica está melhor”, disse.

O executivo também afirmou estar confiante de atingir a previsão de retorno sobre o patrimônio (ROAE) ao final do ano acima do patamar apurado no encerramento de 2023, de 22,7%, mesmo após uma ligeira queda no segundo trimestre.

“Dentro do cenário que a gente vê atualmente ou mesmo de um cenário um pouco mais desafiador, a gente acha que entrega o nosso guidance”, disse Cohn.

No segundo trimestre, o ROAE ficou em 22,5%, de 22,7% um ano antes e 22,8% no primeiro trimestre.

BTG confirma resiliência

O banco lucrou R$ 2,9 bilhões, alta de 15%. De acordo com o Safra, os números foram sólidos, em linha com estimativas (e -2% vs. consenso), com destaque para o seu poder de lucro e alavancagem de negócios diversificada, apesar das duras comparações do primeiro trimestre.

“A fraca atividade nos mercados acionários foi compensada pelas fortes linhas de Corporate Lending e Wealth Management, com destaque para a maior contribuição do Banco Pan (BPAN4) para a receita de participações”, colocam os analistas Daniel Vaz, Sílvio Dória e Gabriel Pucci.

Além disso, o trio desataca que opex (despesas) controlado evidencia o compromisso do BTG em melhorar a eficiência de custos.

Com Reuters