Temor de inflação mais alta rouba a atenção dos investidores; o que esperar do Ibovespa nesta quarta (12)
A quarta-feira (12) promete ser agitada para os investidores. Agora de manhã, saem os dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de fevereiro e as expectativas não são as melhores.
A mediana das projeções medidas pelo Money Times apontam para uma aceleração mensal de 1,31% e uma alta anual de 5,06% para o indicador, ante os 0,16% e 4,56% registrados em janeiro, respectivamente.
Devem pesar na inflação a devolução do bônus de Itaipu na tarifa de energia elétrica e ao aumento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre combustíveis, além da pressão altista dos alimentos.
Uma alta nos preços, principalmente dos alimentos, preocupa o governo e, consequentemente, o mercado, que aposta no lançamento de medidas populistas que podem pressionar ainda mais as contas públicas e a economia. Na semana passada, o ministro e vice-presidente Geraldo Alckminapresentou medidas para controlar a alta dos preços dos alimentos, que incluíam zerar a alíquota de importação de alguns itens.
Agora, o governo já avalia comprar alimento com valor até 30% acima do preço mínimo para aumentar os estoques estratégicos pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e assim controlar a especulação e baixar a inflação.
Deixando a inflação de lado, hoje, a Receita Federal apresenta as regras do Imposto de Renda 2025. O período para acertar as contas com o Leão deve começar na próxima segunda-feira (17) e seguir até 31 de maio.
Do lado corporativo, a temporada de balanços traz os resultados do quarto trimestre da PRIO (PRIO3), CSN (CSNA3), CSN Mineração (CMIN3), SLC Agrícola (SLCE3), Cogna (COGN3), Tenda (TEND3), Grupo Casas Bahia (BHIA3) e Vivara (VIVA3).
- VEJA MAIS: Os balanços das maiores empresas estão saindo! Veja o que pode mexer com suas finanças e como se posicionar
No último pregão, o Ibovespa (IBOV) estendeu as perdas da sessão anterior, mais uma vez, pressionado pelas movimentações do exterior, mesmo o alívio do temor de recessão da maior economia do mundo. As tarifas de importação impostas pelos Estados Unidos dividiram as atenções com as negociações de cessar-fogo entre Ucrânia e Rússia e a estagnação da indústria brasileira.
O principal índice da bolsa brasileira fechou com queda de 0,81%, aos 123.507,35 pontos. Já o dólar à vista (USBRL) encerrou as negociações a R$ 5,8117, com queda de 0,69%.
O iShares MSCI Brazil (EWZ), o principal fundo de índice (ETF) brasileiro em Nova York, subiu 0,49% no after-market de ontem, cotado a US$ 24,50.
O que esperar de Wall Street
Lá fora, a atenção também é com a inflação. O Índice de Preços ao Consumidor americano (CPI, na sigla em inglês) deve registra alta de 0,3% em fevereiro e 2,9% na base anual.
Se as projeções estiverem certas, seguem as apostas de que o Federal Reserve reduza a taxa de juros em até 0,75 ponto percentual ao longo do ano, com o primeiro corte acontecendo entre as reuniões de maio e junho.
No entanto, as expectativas não são boas quando o assunto é o impacto das medidas de Donald Trump na economia. No início da semana, o presidente dos EUA não descartou uma recessão no país, alegando um período de transição.
“Estamos trazendo riqueza de volta para a América. Isso é algo grande, e sempre há períodos, leva um pouco de tempo”, disse, ao ser questionado sobre o risco de recessão após o Fed de Atlanta alertar sobre uma possível contração econômica no primeiro trimestre.
E o seu “tarifaço” continua. Hoje, começam a valer a taxação de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio para “todos os parceiros comerciais, sem exceções ou isenções”.
As bolsas asiáticas fecharam mistas. Já o mercado europeu e os futuros de Wall Street operam no positivo.
Agenda: Veja a programação para hoje
Indicadores econômicos
- 08h – Brasil – Prévia do IGP-M de março
- 09h – Brasil – IPCA de fevereiro
- 09h – Brasil – Dados da caderneta de poupança em fevereiro
- 09h30 – EUA – CPI de fevereiro
- 11h30 – EUA – Estoques de petróleo do DoE
- 14h30 – Brasil – Fluxo cambial semanal
Agenda – Lula
- 09h – Reunião com Ministro da Secretaria de Comunicação Social, Sidônio Palmeira, e Secretário de Imprensa da Secretaria de Comunicação Social, Laércio Portela
- 09h30 – Reunião com Secretário Especial para Assuntos Jurídicos da Casa Civil, Marcos Rogério de Souza
- 10h – Reunião com Ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho
- 11h – Cerimônia de lançamento do Programa “Crédito do Trabalhador”
- 15h – Solenidade de Posse da Ministra Doutora Maria Elizabeth Guimarães Teixeira Rocha no cargo de Presidente do Superior Tribunal Militar e do Ministro Francisco Joseli Parente Camelo nos cargos de Vice-Presidente e de Corregedor da Justiça Militar da União
- 16h30 – Reunião com Presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Beto Simonetti
- 17h – Reunião com Assessor-Chefe Adjunto da Assessoria Especial do Presidente da República, Audo Faleiro
Agenda – Fernando Haddad
- 9h30 – Reunião com Marco Pollo de Mello Lopes, Presidente Executivo do Instituto Aço Brasil
- 11h – Cerimônia de lançamento do Programa “Crédito do Trabalhador”
Agenda – Gabriel Galípolo
- Despachos internos
Morning Times: Confira os mercados na manhã desta quarta-feira (12)
Bolsas asiáticas
- Tóquio/Nikkei: +0,07%
- Hong Kong/Hang Seng: -0,76%
- China/Xangai: -0,23%
Bolsas europeias (mercado aberto)
- Londres/FTSE100: +0,43%
- Frankfurt/DAX: +1,48%
- Paris/CAC 40: +1,05%
Wall Street (mercado futuro)
- Nasdaq: +0,75%
- S&P 500: +0,56%
- Dow Jones: +0,37%
Commodities
- Petróleo/Brent: +1,08%, a US$ 70,31 o barril
- Petróleo/WTI: +1,15%, a US$ 67,01 o barril
- Minério de ferro: -0,32%, a US$ 106,23 a tonelada em Dalian
Criptomoedas
- Bitcoin (BTC): +1,1%, a US$ 82.486,88
- Ethereum (ETH): -1,5%, a US$ 1.889,41
Boa quarta-feira e fique de olho no Money Times para acompanhar as notícias do mercado!
