Comprar ou vender?

Tem uma crise global vindo aí? Se proteja agora com estas 5 ações

11 set 2019, 22:12 - atualizado em 11 set 2019, 22:14
Wall Street
“Alguma recessão, sempre vem, a questão em si é quando?”, provoca Ray Dalio, fundador da Bridgewater Associates (Imagem: REUTERS/Brendan McDermid)

É crescente o número de economistas, gurus, analistas, indicadores e dados que apontam para um período de recessão nos Estados Unidos e de desempenho mais turbulento da economia global.

Em uma avaliação recente, o JP Morgan revelou que as suas estimativas já apontam para uma chance de 40% de recessão global. Este é o mesmo percentual calculado por Ray Dalio, fundador da Bridgewater Associates.

“Alguma recessão, sempre vem, a questão em si é quando?”, destaca.

Um levantamento realizado pela Bloomberg em agosto com economistas mostra que eles acreditam que a probabilidade de recessão é de 35%, um crescimento em relação aos 31% da consulta anterior.

Seis em cada dez americanos dizem que uma recessão é “muito provável”

A população americana, entretanto, aponta um medo maior. De acordo com uma pesquisa do Washington Post-ABC News, seis em cada dez entrevistados dizem que uma recessão é “muito provável” ou “um pouco provável” no próximo ano.

O bastante acompanhado índice de probabilidade de recessão do Federal Reserve de Nova York está apontando uma chance de retração de 33% nos próximos doze meses. Nos EUA, a relação endividamento corporativo em relação ao PIB já se encontra acima dos níveis de 2008.

E, além de tudo isso, o mercado de ações “parece estar inflado por um nível recorde de alta nas recompras de ações em 2018-19”, disse o Itaú BBA em um relatório enviado a clientes nesta semana.

A chance de a Alemanha entrar em recessão já é considerada como muito grande (Imagem: Reuters/Fabrizio Bensch)

Na Europa, o crescimento do PIB foi lento na década passada (0,8% em média), explica o BBA, apesar de diversos estímulos. A Alemanha, maior economia da região, entrará em recessão neste trimestre, previu o Instituto Kiel para a Economia Mundial (IfW).

O Reino Unido, que havia mostrado recuperação em sua economia, alguns sinais revelam que a economia perdeu momentum.

Em relatório divulgado na segunda-feira, a KPMG alertou que, se o Reino Unido deixar a União Europeia sem acordo, a decisão poderia provocar uma recessão que duraria quatro trimestres, com uma retração de 1,5% do PIB próximo ano.

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O que fazer?

Em um relatório publicado nesta semana, a equipe de análise do Itaú BBA preparou um portfólio com ações que podem funcionar como proteção para este período de incertezas.

O banco calculou a correlação entre o crescimento global e o crescimento do PIB de setores brasileiros e identificou 11 setores com diferenças de vulnerabilidade.

A ação do Carrefour foi eleita entre as mais defensivas para um ambiente de crise global (Imagem: Reuters)

Mais protegidos: Soft Commodities (representado principalmente pelo agronegócio e pelos frigoríficos), Saúde e Educação,  Telecomunicações e Instituições Financeiras.

Além disso, o time de estratégia formado por Marcos Assumpção, Lucas Tambellini, Jorge Gabrich, André Dibe e Guilherme Reif realizou uma análise proprietária comparando a resiliência e “crowdedness” – popularidade – teórico das companhias.

Com isso, o Itaú BBA chegou a um portfólio com 5 ações: Ambev (ABEV3), Bradesco (BBDC4), Carrefour (CRFB3), Hapvida (HAPV3) e Raia Drogasil (RADL3).

Mesmo com a ideia de turbulência, o banco continua em relação às ações brasileiras com base na melhora dos resultados, uma vez que as companhias devem reduzir suas despesas financeiras com juros menores, alavancagem operacional, considerando a expectativa de que o PIB se recupere em 2020 e uma contínua migração para ações vinda da renda fixa.