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Tem ações da Petrobras (PETR4)? Saiba se é hora de vender ou comprar, segundo 5 analistas

20 jun 2022, 13:37 - atualizado em 20 jun 2022, 15:37
Ações da Petrobras chegaram a despencar na sessão desta segunda-feira, mas recuperaram o fôlego. Hora de comprar ou vender? (Alaor Filho / Agência Petrobras)

Os papéis da Petrobras (PETR3;PETR4) sofreram o baque nesta segunda-feira (20) com a renúncia de José Mauro Coelho do cargo de CEO. Fernando Borges, diretor da companhia, será o presidente “tampão” até a análise do nome de Caio Paes de Andrade, indicado pelo governo.

As ações chegaram a ser suspensas pela B3, com o papel caindo mais de 5%. Porém, na volta, a Petrobras recuperou o fôlego. Às 12h23, as ordinárias subiam 1,14%, enquanto as preferências tinham alta de 1,04%.

Na visão de analistas consultados pelo Money Times, essa não é a primeira crise de ingerência política (e nem será a última) da empresa. Apesar disso, em outras ocasiões, a ação se recuperou do baque depois de algum tempo, como na saída de Roberto Castello Branco.

“A saída de Coelho pode abaixar a pressão extra-corporativa que vem se registrando sobre a companhia nas últimas semanas e tomou maior proporção na sexta-feira, quando propostas como a tributação de exportação de petróleo cru e a abertura de uma CPI foram aventadas”, coloca a Ativa Investimentos em comentário enviado a clientes.

A XP Investimentos é bem clara em sua posição: reconhece o risco, tanto internacionalmente (recessão global) quanto internamente (político).

“No entanto, negociando a 1,7 EV/Ebitda (valore da empresa sobre resultado operacional) para 2022, a Petrobras continua sendo uma aposta assimétrica e mantemos nossa recomendação de compra”, argumenta o analista Andre Vital.

Ele lembra que a Petrobras está “não apenas” protegida contra interferências pelo seu estatuto e pela “lei das estatais” (13.303/2016), mas também de limites físicos (a escassez de combustíveis é ainda mais impopular do que os altos preços dos combustíveis).

“Sem falar nas responsabilidades pessoais a que estão sujeitos o conselho e a diretoria caso decidam deliberadamente utilizar a Petrobras como instrumento político”, coloca.

A questão é: o governo poderia alterar a lei 13.303/2016 e o estatuto da Petrobras para voltar a usar a companhia para subsidiar combustíveis?

“Sim, é possível, mas não seria rápido (e faltam poucos meses para as eleições). Sentimos que tal movimento poderia desencadear uma forte reação do mercado (câmbio, taxas de juros) que poderia ao final ser ruim para a popularidade do governo, o que explica por que esse movimento ainda não foi colocado em ação”, completa.

Risco retorno da Petrobras

Pedro Galdi, da Mirae Asset, diz que é necessário estar atento aos riscos políticos que estatais como a Petrobras carregam. Porém, o melhor é que o investidor mantenha sua posição, sempre olhando para o médio e longo prazo. A recomendação é de compra.

Na visão da Ativa Investimentos, a atratividade do valuation atual da companhia continua boa, mesmo diante da atual conjuntura.

“Acreditamos que uma normalização do cenário deve amenizar as pressões sofridas pela ação da companhia nos últimos dias”, conclui.

A Ativa também manteve a indicação de comprar o papel.

Apesar disso, Victor Benndorf, da casa de análises Benndorf, coloca que sim, é o momento de vender as ações. Para ele, o governo interferiu demais na companhia, o que arranhou a imagem da estatal. Ele diz que o Executivo pode alterar a política de preços, o que impactaria a política de dividendos da companhia.

Para o BTG Pactual, embora os impactos ainda não pareçam materiais, é esperado várias propostas diferentes nos próximos dias.

“Muitos deles parecerão irreais, mas achamos que o ruído continuará superando os fundamentos da Petrobras. Nesse ponto, as vantagens e desvantagens são significativas dependendo do que esperar após as eleições, o que corrobora com nossa visão de que é uma tese de investimento de alto risco e que são os melhores nomes de petróleo por aí”. coloca.

O banco tem recomendação neutra.

Segundo o consenso da Reuters, de 11 analistas, oito mantém recomendação de compra, três de neutralidade e nenhum de venda. O preço-alvo médio é de R$ 38,54 para as ações preferenciais, potencial de alta de 46% ante o fechamento da última sexta (17).

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