Telhado de vidro continua em bancos com novo CEO do Wells Fargo
Quando o Wells Fargo embarcou em uma busca por um novo presidente este ano, teve a rara oportunidade de fazer história – e talvez apaziguar críticas de legisladores – ao nomear a primeira mulher a liderar um grande banco americano.
Em vez disso, a instituição, marcada por escândalos, optou pela experiência anterior como CEO ao escolher o veterano do setor Charlie Scharf.
O Wells avaliou candidatas em um processo supervisionado pela veterana do setor Betsy Duke. O banco manteve conversas com a executiva do Bank of America, Cathy Bessant. Jane Fraser, do Citigroup, também foi considerada. E a opção de manter o presidente interino Allen Parker no lugar foi vista como um caminho para promover Mary Mack, uma executiva do próprio Wells Fargo, em um futuro próximo.
Os homens detêm 95% dos principais empregos nas maiores empresas americanas e são particularmente dominantes no setor bancário. Nenhuma mulher jamais liderou um grande banco dos EUA e o mesmo aconteceu com as principais empresas do Reino Unido até esta semana, quando o Royal Bank of Scotland nomeou Alison Rose como CEO. As empresas costumam procurar líderes mulheres quando estão com dificuldades, segundo pesquisas, um fenômeno conhecido como “precipício de vidro”.
O próprio Scharf esteve presente em uma audiência no Congresso dos EUA em abril, quando o democrata Al Green chamou os CEOs das principais empresas de Wall Street por sua homogeneidade: “Vocês sete têm algo em comum. Vocês parecem ser homens brancos”, disse. “Se você acredita que seu provável sucessor será uma mulher ou ’uma pessoa de cor’, gentilmente levante a mão.”
Na sexta-feira, Green respondeu à contratação de Scharf dizendo: “Embora ele seja eminentemente qualificado em muitas áreas, é lamentável que o Wells não tenha chegado ao ponto de encontrar uma pessoa capaz, competente e qualificada que não seja um homem branco. Eu pediria que o Wells fosse o último a continuar esse legado.”