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Telegram e o caminho conturbado para o lançamento da rede TON

10 jan 2020, 12:04 - atualizado em 10 jan 2020, 12:04
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(Imagem: Reuters/Thomas White)

Em 2018, Telegram realizou uma ICO que, supostamente, levantou US$ 1,7 bilhão de dólares.

A venda privada de tokens envolvia a venda de tokens GRAM por meio de acordos SAFT  (Acordos Simples para Futuros Tokens) para investidores qualificados e institucionais.

SEC considerou a ICO como uma venda não registrada de valores mobiliários.

A SEC está levando o caso ao tribunal e o Telegram está tentando ultrapassar os desafios jurídicos ao adiar o lançamento da TON (Telegram Open Network).

No entanto, desenvolvimentos recentes sugerem que será um caminho conturbado até a empresa conseguir lançar seu produto de blockchain.

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Telegram entrou em contato com seus investidores a fim de negociar seu apoio a empresa em relação à distribuição dos tokens GRAM (Imagem: YouTube/Liquid)

Data de lançamento adiada

A previsão de entrega dos tokens GRAM, conforme o acordo de investimento, era para o fim de outubro de 2019. No entanto, a empresa enfrentou obstáculos regulatórios da SEC, que considerou a ICO como uma venda não registrada de valores mobiliários.

Assim, Telegram entrou em contato com seus investidores para que eles concordassem com um adiamento no prazo para evitar a devolução dos fundos a seus investidores. Eles concordaram e o lançamento do blockchain TON foi adiado para abril de 2020.

Além disso, os investidores, no que pode ser considerado como um voto de confiança à TON apesar de seus obstáculos jurídicos, também concordaram com US$ 80 milhões adicionais para custos organizacionais antes da data de lançamento.

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SEC declarou que Telegram se recusou a compartilhar informações de como os fundos levantados estão sendo gastos pela empresa (Imagem: Pixabay/TheDigitalArtist)

Telegram se recusa a compartilhar detalhes sobre os fundos de ICO

Enquanto a empresa está trabalhando no lançamento de seu blockchain e de seus tokens GRAM em abril, a empresa vai para o tribunal para lutar contra a acusação da venda não registrada pela SEC.

Recentemente, o Telegram se recusou a cumprir com o pedido da SEC norte-americana de oferecer detalhes sobre como foram usado os fundos levantados durante sua ICO.

De acordo com um relatório da Finance Magnates, o órgão pediu uma ordem judicial para ter acesso às contas financeiras do Telegram e ver como a plataforma de mensagens vem usando os fundos levantados há dois anos.

“A requerente pede, respeitosamente, que o réu responda às perguntas e forneça os documentos relacionados às quantidades, fontes e o uso dos fundos levantados dos investidores sobre a venda não registrada de valores mobiliários em questão nesse caso”, declarou o pedido da SEC.

“Agora, a acusada está se recusando a compartilhar os registros bancários de como US$ 1,7 bilhão levantado dos investidores foi gasto […] e a responder perguntas sobre a disposição do fundo dos investidores”, afirma a SEC.

Embora o Telegram não tenha comentado publicamente sobre essa questão, a empresa forneceu uma atualização a seus investidores e usuários sobre o estado atual do desenvolvimento da TON.

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O anúncio de que a carteira não será integrada ao aplicativo de mensagens é a recente notícia mais notável no mundo cripto em relação a uma criptomoeda emitida por uma organização centralizada (Imagem: ChangeNOW)

Carteira TON vai estar disponível de forma independente

Em um aviso público no site da empresa, a equipe do Telegram fornece esclarecimentos sobre o estado atual do blockchain TON.

Além de alertar seus investidores de pré-vendas fraudulentas de tokens GRAM circulando nas redes sociais, a empresa afirmou que não terá controle sobre o blockchain TON, já que será descentralizado e mantido por terceiros.

No entanto, o aspecto mais importante do anúncio é que o Telegram decidiu não integrar a carteira TON a seu aplicativo de mensagens, conforme sugerido anteriormente.

Isso pode ser um choque para seus investidores, que esperavam que os tokens GRAM estivessem disponíveis para uso no aplicativo popular do Telegram.

Em vista da forte base de 200 milhões de usuários do Telegram, os investidores estavam empolgados com a possibilidade de investir em um criptoativo que, provavelmente, poderia ter adesão imediata. Porém, agora, esse não vai ser o caso.

O interessante é que Telegram também reforçou, em seu anúncio público, que a compra de tokens GRAM não é uma forma de se ficar rico.

“A proposta dos GRAMs é de serem um meio de câmbio entre usuários no ecossistema TON. Não são produtos de investimento e não deve haver expectativa alguma de lucros ou mais-valias futuros da compra, venda ou detenção de GRAMs”, afirmou a empresa.

A mídia esteve mais focada na história da Libra, desde que o Facebook anunciou seus planos em lançar uma criptomoeda.

Entretanto, é mais provável que GRAMs do Telegram sejam lançados em 2020, o que o tornaria na primeira empresa a emitir a primeira criptomoeda emitida por uma corporação, assim, tornando-o num caso de uso interessante que outras empresas (e reguladores) podem acompanhar de perto.

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