Telegram: As principais polêmicas envolvendo o aplicativo; relembre
O Telegram, um dos serviço de mensagens instantâneas mais conhecidos do mundo, é famoso por estar envolvido em polêmicas.
Em fevereiro deste ano, o aplicativo já estava na mira da justiça brasileira ao ignorar o contato do Supremo Tribunal Federal (STF) que buscava firmar uma parceria para combater fake news nas eleições, assim como fez com Facebook, Google, Kwai, Instagram, TikTok, Twitter, WhatsApp e YouTube.
Nesta sexta-feira (18), após várias tentativas frustradas de contato com os representantes da plataforma no país, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou o bloqueio do Telegram no Brasil.
Há nove anos no ar, o aplicativo se tornou alvo de denúncias relacionadas à propagação de discursos de ódio, informações falsas e diversos outros crimes, por ser menos rígido em relação à segurança do que seus concorrentes.
O mensageiro já teve atritos com o governo russo e se envolveu até no vazamento de mensagens relacionadas ao processo da Lava Jato. Confira 3 polêmicas do Telegram nos últimos anos:
Fake news na guerra na Ucrânia
O Telegram se destacou na guerra na Ucrânia por ser o meio de comunicação de Volodymyr Zelensky.
No entanto, antes do presidente ucraniano oficializar o aplicativo como canal de compartilhamento de discursos e informações sobre os ataques, uma conta na plataforma se passou por Zelensky dois dias após a invasão russa e pediu que suas forças armadas se rendessem.
A mensagem não era autêntica e o verdadeiro presidente ucraniano negou o pedido em seu canal oficial do Telegram.
Ainda no mesmo período, a plataforma passou a ser utilizada como forma de burlar a censura do governo russo sobre os meios de comunicação, pelo fato das conversas no Telegram não serem criptografadas de ponta a ponta.
Além disso, o aplicativo de mensagens tem uma história de atrito com o governo da Rússia. De 2018 a meados de 2020, 0 Telegram foi bloqueado no país por ordem do Serviço Federal de Supervisão de Telecomunicações.
Vladmir Putin, presidente russo, via a rede social como uma plataforma livre para opositores políticos se manifestarem sem intervenção do Kremlin, e esse seria o motivo para o bloqueio do mensageiro no país.
Vaza Jato
Outra polêmica envolvendo o aplicativo Telegram foi o vazamento de conversas privadas entre o Sérgio Moro e o procurador do Ministério Público Federal em Curitiba Deltan Dallagnol.
O conteúdo foi divulgado há três anos pelo site The Intercept Brasil, e também mostrava diversas mensagens trocadas entre procuradores da força-tarefa da operação Lava Jato.
Após o caso “Vaza Jato” se tornar público, o Telegram descartou que houve algum tipo invasão em seus servidores. Segundo o plataforma, se as conversas foram de fato roubadas por hackers, as chances maiores eram de que o furto aconteceu pela invasão da conta ou por infecção dos celulares das autoridades.
Denúncia mensagens criminosas
A privacidade e o anonimato, até então, garantidos pelo Telegram foram ferramentas bem utilizadas por criminosos.
No domingo (13), uma reportagem do Fantástico denunciou que a plataforma possui diversos grupos brasileiros que compartilham pornografia infantil, tráfico de drogas, venda de armas sem registro, propaganda neonazista, estelionato e até venda de dinheiro falsificado.
O programa jornalístico da Rede Globo monitorou 44 grupos e canais por um mês e flagrou diversos crimes em execução.