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Telefônica: maior parte das receitas não depende de chamadas de voz, diz Navarro

26 jul 2017, 13:18 - atualizado em 05 nov 2017, 13:59

O presidente da Telefônica Brasil, Eduardo Navarro, avaliou que o avanço do lucro líquido da empresa no segundo trimestre foi positivo, apesar de o resultado ter ficado abaixo das expectativas de analistas do setor de telecomunicações. O executivo destacou que o resultado reforça a estratégia da companhia nos últimos anos de ampliar a conectividade e o tráfego de dados entre os clientes da marca Vivo, compensando a tendência de queda do faturamento com chamadas de voz.

“Foi uma estratégia correta, prova disso é que a receita cresceu em um ritmo acima do mercado”, afirmou Navarro na manhã desta quarta-feira, 26, em entrevista a jornalistas. “A maior parte das nossas receitas já não depende mais da voz”, completou. Entre os destaques operacionais, Navarro apontou que o ritmo de adição de clientes de contas pós-pagas neste ano tem sido 2,3 vezes maior do que no ano passado.

“A atividade comercial está muito intensa”, frisou. A Telefônica Brasil apresentou lucro líquido de R$ 872,9 milhões no segundo trimestre de 2017, alta de 24,8% em relação ao mesmo período de 2016. Entretanto, o montante ficou 9,4% abaixo da média das projeções dos analistas de seis bancos consultados na Prévia Broadcast (BTG Pactual, Itaú BBA, Credit Suisse, Safra, Bradesco BBI e Brasil Plural), que apontavam para um lucro de R$ 963,6 milhões.

Navarro explicou que o lucro destoou das previsões de analistas porque a companhia optou por adiar para os trimestres seguintes a declaração de juros sobre o capital próprio (JCP), levando em conta que teve uma geração de caixa considerada muito positiva entre abril e junho. “Nesse trimestre acabamos pagando mais impostos. Não do ponto de vista de caixa, mas contábil.

A quantidade de impostos é muito determinada pela quantidade de juros sobre o capital próprio. No trimestre em que declaramos, acabamos pagando menos impostos”, detalhou, ressaltando que a declaração ocorrerá a partir do próximo balanço. “Não é uma questão estrutural. É uma decisão financeira da companhia, do ponto de vista de equalizar o seu caixa”, completou.