Vivo está ‘na reta final’ para obter licença junto ao Banco Central, diz CEO; ações VIVT3 caem após balanço
A Telefônica Brasil (VIVT3), dona da Vivo, está próxima de conseguir uma licença de serviços financeiros junto ao Banco Central, afirmou o presidente-executivo da companhia nesta terça-feira (30).
“Não saiu a licença, mas estamos na reta final”, afirmou Christian Gebara em teleconferência com jornalistas sobre o balanço do segundo trimestre — divulgado ontem (29) depois do fechamento dos mercados.
O CEO ainda disse que a empresa atualmente aluga uma permissão para oferta de produtos de crédito na modalidade “bank as a service” de terceiros.
Segundo Gebara, a empresa pretende avançar no setor e a licença do BC permitirá redução de custos já que a empresa poderá oferecer diretamente serviços financeiros aos clientes.
A companhia tem como objetivo ter uma relação de investimentos sobre receita “mais conservadora” e reduziu o indicador de 15,9% no primeiro semestre de 2023 para 15,5% na primeira metade deste ano.
“Estamos crescendo em receitas que não precisam de capex (investimentos)”, disse o executivo citando ofertas de serviços em áreas como saúde e entretenimento, além da financeira.
Nos últimos meses, a dona da Vivo tem apostado na oferta de serviços complementares aos de telecomunicações para diversificar fontes de receita e buscado ser mais conservadora em investimentos.
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Ações da Vivo caem após balanço
O anúncio, porém, não foi suficiente para conter a reação negativa ao balanço da Telefônica.
As ações operam em tom negativo do Ibovespa. VIVT3 iniciou as operações em alta, mas logo perdeu o fôlego e registrou mínima intraday a R$ 47,10, com queda de 2,38% ainda na primeira hora de negociações. Acompanhe o Tempo Real.
O lucro líquido da dona da Vivo cresceu 8,9% no segundo trimestre de 2024 em relação ao mesmo período de 2023, chegando a R$ 1,222 bilhão.
O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) aumentou 7,3% na mesma base de comparação anual, a R$ 5,455 bilhões. A margem Ebitda ficou estável em 39,9%.
Já a receita operacional líquida da companhia aumentou 7,4%, totalizando R$ 13,679 bilhões. O desempenho foi puxado pelo segmento móvel, com avanço de 8,8%.
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Na avaliação do Citi, a companhia manteve o ritmo alto de crescimento da receita no segundo trimestre, mas algumas linhas de despesas pressionaram as margens, mais uma vez, e tiraram ‘um pouco de brilho’ dos resultados.
Já os analistas da XP destacam que o lucro líquido da Telefônica ficou abaixo do esperado, mas avaliam que a geração de fluxo de caixa livre permanece sólida com crescimento no lucro líquido na comparação anual.
“A tese de investimento permanece intacta, o que combina defensividade, dividendos e fluxo de caixa crescente”, escrevem os analistas Bernardo Guttmann e Marco Nardini.
O BTG Pactual reafirmou que as ações da Vivo são uma boa opção para investidores que buscam papéis mais seguros, com um prêmio acima do setor e um rendimento dos dividendos (dividend yield) de 9% em 2024.
Os bancos citados reiteraram a recomendação de compra para as ações VIVT3 após o balanço.
*Com informações de Reuters