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Telecomunicações: venda da Oi Móvel pode gerar potencial de valorização significativo às empresas

07 jul 2020, 11:30 - atualizado em 07 jul 2020, 11:30
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A Oi deve reportar números sólidos do segundo trimestre, principalmente no segmento de fibra ótica (Imagem: REUTERS/Nacho Doce)

A Ágora Investimentos atualizou as estimativas para o setor de telecomunicações, levando em consideração a natureza defensiva e a forte geração de caixa das empresas.

“Vemos as empresas de telecomunicações como uma opção atraente para enfrentar esse período volátil, impactado principalmente pela covid-19”, afirmam Fred Mendes e Flávia Meireles, que integram o time de análise da corretora.

Segundo a Ágora, alguns fatores específicos, como a venda das operações móveis da Oi (OIBR3), a implantação de fibra e uma melhor regulamentação, podem gerar potencial de valorização significativo às companhias.

Resultados do segundo trimestre

A corretora tem como ordem de preferência a Oi, a TIM Participações (TIMP4) e a Vivo (VIVT4). A expectativa dos analistas é de que a primeira operadora reporte números sólidos do segundo trimestre, principalmente no segmento de fibra ótica, enquanto Vivo e TIM ficarão para trás, prejudicadas pelo segmento pré-pago.

De acordo com a Ágora, a base de assinantes predominantemente pré-pagos da TIM torna o crescimento da receita da empresa mais frágil. Por isso, a expectativa para a receita de serviços é de que caia 3,8% na comparação anual. Já o Ebitda deve apresentar queda de 2,8%.

“Esperamos que os resultados da TIM sejam negativos em termos relativos. Do ponto de vista tático, acreditamos que os resultados serão compensados pelo potencial de fusões e aquisições no curto prazo, juntamente com maior visibilidade de seu contrato de compartilhamento de infraestrutura com a Vivo”, comentam Mendes e Meireles.

De acordo com a Ágora, a base de assinantes predominantemente pré-pagos da TIM torna o crescimento da receita da empresa mais frágil (Imagem: Reuters)

No caso da Vivo, o segmento de fibra ótica está avançando, o que aumenta o otimismo da Ágora. Entretanto, o ano de 2020 deve permanecer desafiador para a empresa, o que explica a preferência da corretora pelas outras duas operadoras.

“Prevemos deterioração sequencial das receitas móveis da Vivo, queda de 4,1% em base anual no segundo trimestre. Na frente fixa, também prevemos piora sequencial, para -5,8%. Finalmente, prevemos que o Ebitda caia 3,7%”, destacam Mendes e Meireles.

A recomendação da Ágora para Oi e TIM é de compra, com preços-alvos de, respectivamente, R$ 2,10 e R$ 18,50. A ação da Vivo tem recomendação neutra, com preço-alvo indicado de 60.