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Telecom Italia recusa termos de oferta da KKR

07 abr 2022, 17:19 - atualizado em 07 abr 2022, 17:19
O principal acionista da Telecom Italia, Vivendi, já havia considerado anteriormente que a proposta da KKR era muito baixa (Imagem: divulgação)

A Telecom Italia deu as costas para a oferta de aquisição da empresa pela KKR nesta quinta-feira, ao se recusar a conceder acesso a seus números, uma condição para que a companhia norte-americana avançasse em sua proposta.

A KKR abordou a Telecom Italia pela primeira vez em novembro passado com uma oferta não vinculnte de 10,8 bilhões de euros (11,8 bilhões de dólares), mas o grupo de italiano só concordou em iniciar negociações no mês passado.

Em comunicado após uma reunião do conselho de administração, a Telecom Italia disse que não vai permitir à KKR fazer uma due dilligence da empresa, pois a companhia norte-americana não validou os termos de sua oferta inicial de 0,505 euro por ação.

“Se a KKR apresentar uma oferta viável, completa e atraente… o conselho de administração da Telecom Italia estará aberto a reconsiderar sua decisão no interesse de todos os acionistas”, disse o grupo italiano. A KKR não comentou o assunto.

O principal acionista da Telecom Italia, Vivendi, já havia considerado anteriormente que a proposta da KKR era muito baixa, apesar de ser bem maior que o preço atual da ação da empresa, de 0,31 euro.

Como parte de um plano para destravar valor, a Telecom Italia assinou um acordo com o banco estatal CDP para iniciar negociações formais para combinar sua rede fixa com a fornecedora de banda larga rival de menor porte Open Fiber.

Tal acordo, defendido pelo governo italiano, pode reservar um papel para empresas investidoras em infraestrutura e de private equity, como a KKR, afirmaram fontes.

“A KKR acabou confirmando o interesse em explorar qualquer outra transação que seja do interesse da companhia, de seus acionistas e da Itália”, afirmou a Telecom Italia em comunicado.

A KKR já é investidora na rede de telefonia fixa da Telecom Italia, tendo investido 1,8 bilhão de euros para obter uma participação de 37,5% na FiberCop.

O CDP, que detém uma participação de 10% na Telecom Italia, possui 60% da Open Fiber e visa garantir o controle total de qualquer entidade de rede combinada, disseram fontes.

Separadamente, a Telecom Italia está avaliando uma abordagem da companhia europeia de private equity CVC, que apresentou uma oferta não vinculante por uma participação minoritária em um negócio de serviços corporativos que poderia ser desmembrado do grupo italiano.

Outros grupos de private equity, incluindo Apollo e Apax Partners, estão sondando a Telecom Italia com o objetivo de comprarem a divisão de serviços, disseram fontes.