Telebras fecha com alta de 90% após ser cotada para privatização
A quinta-feira é mais um dia de expressiva valorização para as ações da Telebras. Os papéis ON (TELB3) fecharam com valorização de 90,40% a R$ 75,00. Já as ações PN (TELB4) encerraram com ganhos de 23,31% a R$ 45.50.
Na véspera, os ganhos foram, respectivamente, de 64,95% e 61,98%, fazendo que seus preços dobrassem em dois dias no caso das ordinárias. Na terça-feira, as ordinárias fecharam negociadas a R$ 23,88, enquanto que as preferencias a R$ 22,78.
A estatal divulgou fato relevante destacando que foi informada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) de que a companhia está na lista de empresas que farão parte do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) do governo federal, ou seja, que devem ser privatizadas. O anúncio das estatais incluídas no programa foi feito na quarta-feira, pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.
O ministro disse que as estatais seriam vendidas já em 2019, mas o processo deve ser demorado. “Cada projeto poderá levar cerca de dois anos ou mais para análise”, lembra a Telebras, “considerando a necessidade de diversas considerações e valuation”. Além disso, a privatização de estatais precisa de aval da Câmara e do Senado.
Em nota à CVM, a empresa destaca que a inclusão tem o objetivo de “estudar alternativas de parceria com a iniciativa privada, bem como propor ganhos de eficiência e resultado para a empresa, com vistas a garantir sua sustentabilidade econômico-financeira”.
Ainda de acordo com o comunicado, está prevista a constituição de um Comitê Interministerial, com prazo de 180 dias para conclusão dos trabalhos, a partir da contratação dos estudos para a qualificação da Telebras ao PPI.
Satélite bilionário
Com o tema em pauta, a privatização será assunto central da audiência pública prevista para quinta-feira, 22, na Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática (CCTCI) para debater o uso do satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas, um investimento de R$ 2,7 bilhões iniciado no governo Dilma Rousseff e lançado no de Michel Temer.
“É preciso que sejam melhor detalhadas as medidas que estão sendo tomadas para acelerar o processo de inclusão digital mediante o uso do satélite, bem como ter informações que possibilitem atestar a aderência do modelo adotado às necessidades brasileiras de conectividade”, justifica o autor da proposta, o deputado Zé Vitor (PMN-MG).