Técnica inovadora pode produzir lítio em horas em vez de meses
Uma nova técnica de filtragem pode reduzir o tempo necessário para produzir matérias-primas de lítio de meses para horas nas vastas lagoas de evaporação da América do Sul, segundo estudo de um grupo de cientistas internacionais.
O método, desenvolvido por pesquisadores do instituto nacional de ciências CSIRO da Austrália, Universidade Monash, Universidade de Melbourne e Universidade do Texas em Austin, imita a capacidade de filtragem das células vivas para extrair lítio da água salgada concentrada, onde o metal normalmente é misturado com outros materiais, como potássio e sal.
“Poderíamos um dia ter a capacidade de produzir filtros simples que levarão horas para extrair lítio da salmoura, em vez de vários meses ou anos”, disse Huanting Wang, professor de engenharia química da Universidade Monash e um dos autores da recém-publicada pesquisa sobre a técnica.
Estudos anteriores indicam que cerca de 90% do lítio contido pode ser recuperado usando o sistema de filtragem, comparado a cerca de 30% quando os produtores usam o processo existente de bombear salmoura para uma série de lagoas e permitir que o sol evapore o líquido por até 18 meses, de acordo com pesquisadores.
A Energy Exploration Technologies, com sede em Fort Lauderdale e que busca comercializar a tecnologia, diz que o processo também pode reduzir custos de refino pela metade.
Atualmente, o lítio, essencial para baterias que alimentam carros elétricos, é produzido principalmente pelo refino de espodumena, um mineral tipicamente extraído de minas de rochas duras na Austrália ou pelo processamento de salmoura encontrada principalmente no Chile, Argentina e Bolívia.
Embora os preços do lítio tenham caído desde meados de 2018, com o aumento da oferta devido à série de novos projetos de minas e demanda mais fraca na China, fornecedores estão focados no desenvolvimento de técnicas de produção mais eficientes antes da recuperação da demanda prevista por volta de 2023, segundo a BloombergNEF.
Atualmente, não há capacidade de lítio em desenvolvimento suficiente para atender à previsão de 2 milhões de toneladas de demanda total até 2030, disse a BNEF em nota no mês passado.