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Techs saltam e minério de ferro sobe. Desta vez, agradeça ao governo da China

25 ago 2022, 11:24 - atualizado em 25 ago 2022, 11:24
China
China anuncia pacote de estímulo fiscal e embala os ativos chineses, em meio a pressões políticas e econômicas no país (Imagem: REUTERS/Carlos Garcia Rawlins)

A China anunciou nesta quarta-feira (25) um pacote de estímulo fiscal que embalou os ativos do país. As ações de empresas chinesas de tecnologia dispararam em Hong Kong e também avançam no pré-mercado em Nova York, enquanto o minério de ferro voltou a subir em Dalian.

O humor do investidor ficou mais animado, após o anúncio do Conselho de Estado da China de um pacote com 19 diretrizes. As medidas incluem cerca de 800 bilhões de yuans (US$ 117 bilhões) em estímulo fiscal, com foco em gastos com infraestrutura, distribuídas em cotas voltadas a ferramentas de financiamento de bancos e em bônus especiais de governos locais.

Em reação, as ações listadas em Hong Kong da gigantes do e-commerce Alibaba e JD.com saltaram cerca de 10%, cada, enquanto NetEase subiu 5%. Já o índice Hang Seng fechou em alta de subiu 3,63%, no maior salto em quase quatro meses e liderando os ganhos na região.

As ações dos setores financeiro, imobiliário e de energia também subiram firme. Por sua vez, o yuan chinês (renminbi) recuperou-se de uma baixa de mais de dois anos em relação ao dólar.

No mercado futuro de commodities, o contrato futuro mais ativo do minério de ferro, com vencimento em janeiro de 2023, avançou 0,92%, voltando a ser cotado acima de 700 yuans. O contrato da commodity metálica fechou a 713,5 yuans, depois de subir até 741 yuans durante a sessão.

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Pressão política

Cálculos do ING apontam que o pacote de estímulo adicional anunciado pelo governo chinês equivale a cerca de 1% do Produto Interno Bruto (PIB) da China. “E isso deve cobrir as perdas da atividade decorrente da seca em curso”, avalia a economista-chefe Iris Pang.

Ela se refere à pior seca no país desde a década de 1960, que tem afetado a indústria, especialmente de veículos elétricos (EVs). Porém, a economista do banco holandês observa que o ponto-chave do pacote é que a maior parte dos estímulos será implementada pelos governos locais.

“E o governo central usou palavras fortes para pressionar os governos locais a garantir que esse estímulo seja colocado e usado de forma eficiente para criar crescimento e empregos”, ressalta.

“Esta é a mensagem mais urgente vista até agora este ano sobre os governos locais”, emenda Pang.

A economista lembra que a mensagem por parte de Pequim ocorre antes do 20º Congresso Nacional do Partido Comunista Chinês. O evento, previsto para o fim de outubro, deve referendar um inédito terceiro mandato para um presidente chinês, consolidando a força do atual mandatário, Xi Jinping.

O primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, também pediu aprovações mais rápidas de projetos de investimento em infraestrutura.

Pressão econômica

De qualquer forma, ainda não há motivos para acreditar que os estímulos fiscais irão solucionar os problemas econômicos na China. No máximo, a injeção de recursos irá atenuar as dificuldades enfrentadas no setor imobiliário chinês e devido à política de combate de “Covid Zero”.

“O anúncio de estímulo não oferece muito para deter a queda nas vendas de moradias, embora um potencial aumento no investimento em infraestrutura possa compensar parcialmente o impacto do setor no PIB”, disse o UBS Global Wealth Management, em relatório.

Nesse sentido, os estímulos adicionais podem estar chegando tarde demais para evitar uma estagnação econômica neste ano. “E quando a economia chinesa voltar a crescer, será em um ritmo mais lento do que no passado”, observa o economista sênior da Capital Economics, Julian Evans-Pritchard.

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Editora-chefe
Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
olivia.bulla@moneytimes.com.br
Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.