Ibovespa Tebet, Doria ou Bivar: Qual candidato da terceira via tem mais chances nas eleições?
A senadora e pré-candidata à Presidência da República Simone Tebet (MDB) declarou no domingo (10) que um único nome será lançado dentre os pré-candidatos da chamada terceira via para as eleições presidenciais de 2022.
Durante sua fala no Brazil Conference, encontro de líderes e acadêmicos para discutir temas econômicos, políticos e sociais, Tebet destacou que ela, o ex-governador João Doria (PSDB) e o deputado federal e presidente do União Brasil, Luciano Bivar, são os nomes cotados para a candidatura única que a tal terceira via pretende lançar.
“Eu, João Doria e Luciano Bivar, que somos os pré-candidatos desse centro, demos uma procuração simbólica aos presidentes do partido para analisarem quem será o nome. Todos nos obedeceremos a essa regra. Estamos reunidos porque o que queremos é o bem do Brasil”, disse
Em nota conjunta divulgada no dia 6 de abril, MDB, PSDB, União Brasil e Cidadania anunciaram que concordariam em lançar um só candidato na corrida eleitoral no dia 18 de maio, e, desde então, a pergunta que não quer calar é: qual será o nome escolhido para disputar eventual lugar no segundo turno das eleições?
Sergio Moro está realmente fora?
No dia 31 de março, o ex-ministro Sergio Moro, até então terceiro colocado nas pesquisas eleitorais, anunciou que deixaria seu partido, o Podemos, para migrar para o União Brasil, de Bivar. Para fazer isso, ele precisaria abrir mão da pré-candidatura.
O ex-ministro seguiu afirmando à imprensa que estava com as opções em aberto, enquanto líderes do União Brasil se mostraram reticentes com a possibilidade de lançar Moro para presidente. A legenda é formada por parlamentares que eram do PSL, antigo partido de Bolsonaro, e do DEM. A ala que veio do DEM mostra certa resistência à presença de Moro.
No dia em que os partidos de centro anunciaram que lançariam uma candidatura única, Bivar deixou em aberto qual será o destino do ex-ministro recém-chegado à legenda.
Tebet, por sua vez, disse no dia 10 não considerar o ex-ministro na disputa. “Me desculpe o ministro Sergio Moro, mas hoje ele não é, por enquanto, o pré-candidato do União Brasil, que vai ter um pré-candidato que é o Luciano Bivar”, disse. Moro declarou, no entanto, que segue à disposição para uma candidatura.
Para Antonio Lavareda, cientista político e presidente do conselho científico do Ipespe, é pouco provável que o ex-juiz recupere o vigor político necessário para ser lançado pelo União Brasil como o candidato da terceira via.
Ele vê com descrença a possibilidade do ex-juiz, símbolo da Lava Jato, conseguir aceitação no meio político o suficiente para fazer as alianças necessárias e, desta forma, conseguir concorrer.
Além disso, o cientista político enxerga uma trajetória rumo à invisibilidade por parte do ex-ministro desde a sua saída do governo Bolsonaro. “É como se ele fosse se excluindo do processo. Ele perdeu bastante visibilidade, sendo menos citado nas pesquisas espontâneas”, afirmou.
Quem tem chance na terceira via?
A última pesquisa nacional da XP/Ipespe, divulgada no dia 5, já não considerando Moro na disputa, mostra que o terceiro lugar na competição é de Ciro Gomes (PDT), com 9% das intenções de voto — um acréscimo de dois pontos percentuais desde a última pesquisa realizada pelo instituto.
Político de carreira, Ciro Gomes entra na corrida presidencial pela quarta vez. Ex-prefeito de Fortaleza e ex-governador do Ceará, também já foi deputado e ministro nos governos de Itamar Franco e Lula.
Na última eleição, em 2018, ficou também em terceiro lugar, tendo obtido pouco mais de 13,3 milhões de votos. João Doria pontua 3% e Tebet tem 2%, ambos com acréscimo de 1 ponto desde a última divulgação.
Segundo Lavareda, o cenário mais provável é o de que o ex-ministro fique fora da disputa junto com seu companheiro de legenda, Luciano Bivar.
Na disputa pelo posto de candidato da terceira via, Lavareda aposta nos nomes do PSDB e MDB.
“Tebet e Doria levam vantagem com relação a Bivar”, afirmou. A disputa entre a senadora e o tucano, por sua vez, deve ser decidida pelas pesquisas de intenção de voto.
“A terceira via é um projeto de engenharia política, e decisões vão estar atentas às intenções de voto”, afirmou.
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