Economia

Tebet diz ver crescimento abaixo de 3% em 2025 e espaço para cortes na Selic no 2º semestre

25 mar 2025, 11:00 - atualizado em 25 mar 2025, 11:00
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(Imagem: Washington Costa/MPO)

A ministra do Planejamento, Simone Tebet, disse nesta terça-feira (25) que o Brasil deve crescer abaixo de 3% neste ano, mas que superará as projeções atuais do próprio governo, acrescentando ainda que vê espaço para cortes na taxa de juros pelo Banco Central no segundo semestre de 2025.

“Ouso dizer que provavelmente não vamos chegar a um crescimento de 3%, mas vamos crescer acima das projeções que nós mesmo estamos fazendo”, disse Tebet em entrevista ao programa “Bom dia, ministra”, do CanalGov, apontando que o agronegócio deve impulsionar o Produto Interno Brasileiro (PIB) em 2025.

Na semana passada, o Ministério da Fazenda manteve suas projeções de fevereiro de que o PIB brasileiro crescerá 2,3% neste ano e 2,5% em 2026.

A ministra também avaliou que o patamar atual da inflação — com taxa anual de 5,06% em fevereiro, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) — é “muito alto”, o que o governo não pode aceitar, defendendo a perseguição do centro da meta de 3%, mesmo que não seja possível ser atingida.

Ela disse acreditar, por outro lado, que medidas recentes apresentadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como o empréstimo consignado para trabalhadores formais e a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda, não devem impactar a inflação ou a trajetória da taxa de juros.

“Não vejo essas medidas que o presidente e a equipe econômica têm apresentado como algo que vai impactar a inflação… Não vejo as medidas do consignado e do Imposto de Renda tendo algum impacto para efeito de estimativa do Banco Central em relação aos juros”, afirmou.

Tebet defendeu ainda que, a depender do cenário externo e doméstico, há espaço para que o Banco Central possa começar a reduzir a taxa de juros a partir do segundo semestre deste ano.

Em março, o Comitê de Política Monetária elevou a taxa Selic em 1 ponto percentual pela terceira reunião consecutiva, a 14,25% ao ano, sinalizando que deve realizar pelo menos mais um aumento de menor magnitude no próximo encontro, em maio.

Cenário fiscal e emendas parlamentares

Na entrevista, a ministra reforçou que o governo tem o compromisso de cumprir a meta de déficit primário zero para este ano, apontando que somente a revisão de fraudes e erros em programas sociais deve ser suficiente para atingir o objetivo.

Para 2026, no entanto, quando a meta fiscal do governo será de um superávit primário de 0,25% do PIB, Tebet afirmou que será preciso “colocar outros elementos na mesa”, pedindo “ajustes fiscais robustos no futuro”.

Ela disse, ainda, que a questão das emendas parlamentares é um grande problema no país, defendendo uma rediscussão sobre o montante reservado ao Congresso no Orçamento.

“Acho que houve um avanço em relação às emendas parlamentares com mais transparência e rastreabilidade… mas o montante é muito pesado e inviabiliza que muitas ações necessárias cheguem na ponta.”

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reuters@moneytimes.com.br
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