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Tchau, EUA? Weg (WEGE3), Gerdau (GGBR4) e outras empresas brasileiras que podem ganhar exportando para o Canadá

03 fev 2025, 11:17 - atualizado em 03 fev 2025, 11:17
canadá brasil
A imposição de tarifas pela Casa Branca será a maior rodada da história da reorganização do comércio mundial e o Brasil pode se beneficiar. (Imagem: iStock/Oleksii Liskonih)

O governo de Donald Trump está tocando o terror nos mercados nesta segunda-feira (3). As bolsas estão caindo mundo afora, após os Estados Unidos anunciar tarifas de 25% para o Canadá México; além de 10% para os importados da China.

A expectativa é de que mais países acabem sendo afetados pelo “tarifaço” de Trump, o que deve atrapalhar as empresas que já estão acostumadas a vender para a maior economia do mundo.

No entanto, o economista e consultor André Perfeito, destaca que o Canadá pode ser uma opção para as companhias brasileiras que podem sofrer com eventuais tarifas americanas. “O Canadá é um mercado altamente desenvolvido e com grande demanda por produtos importados. Com a taxação de produtos americanos, as empresas brasileiras têm uma oportunidade única de aumentar sua participação no mercado canadense”, afirma.

É o caso do setor automotivo e de peças. Os vizinhos do norte dos EUA é um grande consumidor de veículos comerciais e peças de reposição, especialmente para o setor de transporte e logística. Perfeito aponta que o foco deve ser em veículos elétricos e sustentáveis, que estão em alta no país, além de parcerias com distribuidores locais para facilitar a logística e o pós-venda.

Neste cenário, o destaque vai para a Marcopolo (POMO4), que já exporta ônibus para o Canadá e pode expandir sua participação, e para a Randon (RAPT4), que pode aumentar as exportações de reboques e equipamentos para transporte.

Já do lado de máquinas e equipamentos, o Canadá tem um setor agrícola forte e demanda por equipamentos modernos e eficientes. Isso permite que a Weg (WEGE3), que já exporta motores e equipamentos elétricos para a região, amplie a sua participação no mercado.

O Brasil também é um dos maiores exportadores mundiais de café, sucos, frutas e nozes, sendo que os consumidores canadenses valorizam produtos naturais e orgânicos — a BRF (BRFS3) já exporta carnes e pode ampliar a exportação de mais produtos.

A Suzano (SUZB3) e a Klabin (KLBN11) já exportam papel e celulose para o Canadá e podem ampliar as vendas, assim como Vale (VALE3) e Gerdau (GGBR4) podem expandir as exportações de minério de ferro e aço.

O economista lembra que a imposição de tarifas pela Casa Branca será a maior rodada da história da reorganização do comércio mundial e o Brasil pode se beneficiar. “O Brasil pode comer pelas beiradas as tarifas de Trump e fornecer para Canadá, México e China mais mercadorias”, afirma.

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Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como editora no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
juliana.americo@moneytimes.com.br
Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como editora no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.