Tchau, Cielo (CIEL3): Risco de deslistagem aumenta – ainda mais – e BTG rebaixa ação; e agora?
O BTG Pactual rebaixou a recomendação de Cielo (CIEL3) de compra para neutro, mostra o relatório publicado na terça-feira (2) e assinado por Eduardo Rosman, Ricardo Buchpiguel, Thiago Paura e Bruno Lima.
A atualização, segundo os analistas, se deu pela expectativa de menor valorização das ações, após os acionistas controladores Banco do Brasil e Bradesco aceitarem um novo preço para a oferta de compra que tiraria a empresa da bolsa de valores.
No âmbito de um fechamento de capital da Cielo, os controladores ofereceram inicialmente, em fevereiro deste ano, um valor de R$ 5,35 por ação. Porém, a proposta aceita fixou o preço em R$ 5,60, somado aos ajustes do Certificado de Depósito Interbancário (CDI) até a liquidação.
“Dada o pequeno retorno em relação ao preço de fechamento (+3%) e nossa crença de que as chances de um fechamento de capital bem-sucedido aumentaram substancialmente, estamos reduzindo nossa classificação”, dizem.
Com isso, o banco atualizou o preço-alvo de CIEL3 de R$ 5,50 para R$ 5,90, que é basicamente o novo preço ofertado de somado ao CDI acumulado em cinco meses.
Por que BB e Bradesco querem Cielo fora da bolsa?
De acordo com os analistas do BTG a deslistagem da Cielo “faz total sentido estratégico para os controladores, principalmente o Bradesco”.
Eles acreditam que o banco necessita proteger e reforçar suas vantagens competitivas no segmento de pequenas e médias empresas (PMEs). “A integração completa do Itaú e de seu braço adquirente, a Rede, permitiu que o principal concorrente do Bradesco ganhasse participação de mercado e, ao mesmo tempo, sustentasse um excelente retorno sobre patrimônio (ROE) no nicho de PMEs”, explicam.
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Rosman, Buchpiguel, Paura e Lima afirmam que, se/quando a Cielo sair de fato da bolsa, o Bradesco terá que negociar com seu parceiro Banco do Brasil a melhor forma de integrar a companhia à sua oferta bancária.
O objetivo final do negócio, segundo os analistas, é tratar o braço adquirente mais como um produto do que como uma empresa independente.