Economia

Taxas futuras do mercado de juros sobem em dia de liquidez reduzida com feriados no exterior

29 maio 2023, 16:46 - atualizado em 29 maio 2023, 16:46
Juros
De acordo com Stefany Oliveira, chefe de análise de trading da Toro, o avanço das taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) nesta segunda-feira esteve mais ligado a um movimento de correção em relação às baixas recentes (Imagem: Pixabay/joaogbjunior)

As taxas dos contratos futuros de juros fecharam a segunda-feira em alta no Brasil, em um dia marcado por feriados nos EUA e na Inglaterra, que fizeram a liquidez despencar, e com investidores ajustando algumas posições após os recuos mais recentes na curva a termo.

Os feriados do Memorial Day nos EUA e do Spring Bank Holiday na Inglaterra reduziram a liquidez nos mercados globais, incluindo o brasileiro.

Nem mesmo o acordo para ampliação do teto da dívida norte-americana, alcançado no domingo entre o presidente Joe Biden e o presidente da Câmara, Kevin McCarthy, serviu de condutor para os negócios no Brasil, apesar de ser bastante aguardado.

De acordo com Stefany Oliveira, chefe de análise de trading da Toro, o avanço das taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) nesta segunda-feira esteve mais ligado a um movimento de correção em relação às baixas recentes.

“Os vértices para 2024 e 2025 tiveram as maiores altas, por conta de um cenário de correção, em que as taxas têm há algum tempo operado em movimento majoritário de queda”, afirmou.

“Apesar da perspectiva de baixa da Selic (a taxa básica da economia), o mercado precifica que o Banco Central não deve ainda adotar uma linha de corte, pelo menos nas próximas reuniões de política monetária”, acrescentou, ao justificar o viés de alta na ponta curta da curva a termo.

Pela manhã, o BC divulgou o relatório Focus, com as projeções do mercado financeiro para os principais indicadores econômicos. Nele, a única alteração para o horizonte inflacionário foi a queda da mediana de inflação para 2023, de 5,80% para 5,71%. No caso da projeção para a Selic, houve mudança para a taxa esperada para o fim de 2026, de 8,75% para 9,00% ao ano.

À tarde, o Tesouro Nacional informou que a dívida pública federal subiu 2,38% em abril sobre março, para 6,033 trilhões de reais. Já a reserva de liquidez da dívida pública –uma espécie de “colchão” para o pagamento dos compromissos– subiu 8,19% em termos nominais em abril, para 1,053 trilhão de reais. Os números não fizeram preço no mercado de juros.

No fim da tarde, a taxa do DI para janeiro de 2024 estava em 13,205%, ante 13,171% do ajuste anterior, enquanto a taxa do DI para janeiro de 2025 estava em 11,49%, ante 11,437% do ajuste anterior. Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2026 estava em 10,94%, ante 10,896% do ajuste anterior, e a taxa para janeiro de 2027 estava em 10,975%, ante 10,945%.

Perto do fechamento, a curva a termo precificava 15% de chances de o Banco Central reduzir a Selic em 0,25 ponto porcentual no encontro de política monetária de junho e 85% de probabilidade de ele manter a taxa em 13,75% ao ano.

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