Taxar BlackRock e outras grandes gestoras como de risco “sistêmico” pode não ser o ideal, diz Yellen
A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, disse nesta quarta-feira ser importante “examinar com cuidado” riscos sistêmicos impostos por gestoras de ativos, incluindo a maior do mundo, a BlackRock Inc (BLK), mas afirmou que designá-las como instituições financeiras sistematicamente importantes (SIFI, na sigla em inglês) pode não ser a abordagem correta.
Os comentários de Yellen vieram em resposta a perguntas da senadora Elizabeth Warren, crítica de longa data de Wall Street, que quis saber por que a BlackRock e outras grandes gestoras de ativos não haviam sido adicionadas à lista de instituições SIFI.
“Eu acredito ser importante olhar com muito cuidado para os riscos apresentados pela indústria de gestão de ativos, incluindo a BlackRock e outras empresas”, disse Yellen, que como secretária do Tesouro preside o Conselho de Supervisão de Estabilidade Financeira (FSOC, na sigla em inglês), encarregado de fazer essas designações.
Em 2014, a BlackRock e outras gestoras de ativos venceram uma batalha contra uma regulação mais rígida, quando um júri dos principais reguladores financeiros concordou em aprimorar sua revisão das empresas de gestão de ativos para se concentrar em produtos e atividades potencialmente arriscadas, em vez de empresas individuais.
“Os dois últimos governos dos Estados Unidos e vários reguladores globais estudaram nossa indústria por uma década e concluíram que os gestores de ativos devem ser regulados de forma diferente dos bancos, com foco principal nos produtos e serviços da indústria”, afirmou a BlackRock em comunicado.
“A BlackRock não é um banco e, como gestora de ativos, somos uma empresa altamente regulada”, disse a companhia.
Uma designação SIFI à BlackRock traria mais custos de regulação e conformidade e resultaria em restrições potenciais à recompra de ações, disse Kyle Sanders, analista da Edward Jones, empresa de serviços financeiros de St. Louis.