Money Times Entrevista

Taxação de compras internacionais de até US$ 50 está longe do ideal, diz AGR Consultores

29 jul 2024, 12:25 - atualizado em 29 jul 2024, 12:25

A taxação de compras internacionais de até US$ 50 está longe de colocar as varejistas nacionais e internacionais em condições igualitárias, avalia a CEO da AGR Consultores, Ana Paula Tozzi.

Pela regra anterior, essas compras estavam sujeitas apenas à incidência do ICMS, um imposto estadual. O novo texto, que vale a partir desta quinta-feira (1º), inclui no preço um imposto de importação de 20% sobre o valor da compra.

“Quando alguém fala que é só uma blusinha não tem noção do tamanho do mercado brasileiro”, afirmou Tozzi ao Money Minds, programa no YouTube do Money Times.

A executiva citou uma pesquisa da consultoria imobiliária Newmark que apontou que no primeiro semestre as maiores locações de galpões logísticos foram feitas por Mercado Livre, que locou 111 mil m² da GLP, em Guarulhos, e pela Shopee, que arrematou 70 mil m² também da GLP, em Cajamar.

Para ela, as grandes varejistas nacionais poderiam implementar operações semelhantes às internacionais para buscar a taxação de 20% ou o novo percentual sobre as estrangeiras deveria ser elevado.

“A gente só precisa competir de igual para igual”, afirma Tozzi, que auxilia varejistas no planejamento dos negócios. “Turbulências de mercado trazem para nossa empresa as demandas de ajuste”.

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O que ainda esperar das varejistas

A executiva diz que empresas que têm relação com renda, ou que têm mais a ver com a empregabilidade, terão balanços mais estáveis, como os supermercados. “Empresas que dependem de crédito, de bens de consumo, eletroeletrônicos, terão resultados não satisfatórios”, comentou.

Segundo Tozzi, a reforma tributária tem deixado as empresas “paradas”. “A gente atua na cadeia de consumo como um todo e vê que está tudo muito morno, meio de lado. A gente não tem grandes expectativas”, sublinha.

A CEO da AGR destaca que a as recuperações judiciais no setor abrem espaço para retomar o valor das companhias e criar um movimento de consolidação das varejistas mais fortes. “Enxergo oportunidades para empresas que operam bem crescerem em cima da fraqueza de seus concorrentes”.

Para a executiva, os shoppings são um segmento que já fez movimentos de consolidação mais fortes, embora, avalie, exista espaço para compras menores. No eletro, segundo Tozzi, não há tanto espaço para consolidação porque já há gigantes no segmento. “Mas no varejo médio ainda tem bastante espaço”, diz

Ela, aliás, define a recuperação judicial da Americanas (AMER3), após a descoberta de fraude na companhia, como um “presente de natal” para o Mercado Livre (MELI34) para o Magazine Luiza (MGLU3). “O baque da Americanas foi ruim para todo o setor porque todo mundo ficou desconfiado, mas a generalização é incorreta”, defende. 

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