Taxa média de juros cobrada pelos bancos em novembro foi a mais alta em dois anos
A taxa média de juros cobrada do sistema financeiro no Brasil para empréstimos voltou a subir em novembro, acompanhando o aperto monetário promovido pelo Banco Central este ano para controlar o aumento da inflação.
A taxa subiu 1,46 ponto percentual ante outubro, alcançando 34,14% ao ano, o maior patamar desde novembro de 2019, quando estava em 35,55%.
Somente em 2021,a taxa média das operações de crédito acumula uma alta de 8,6 pontos percentuais, informou o Banco Central nesta terça-feira.
Os dados referem-se ao segmento de recursos livres, em que o custo dos financiamentos é livremente estabelecido pelas instituições financeiras, sem interferência do governo.
A taxa Selic, que iniciou o ano no patamar mínimo histórico de 2% ao ano, subiu 7,25 pontos percentuais ao longo de 2021, atingindo 9,25% no último encontro do Comitê de Política Monetária. O colegiado já indicou que deve promover uma nova elevação de 1,5 ponto na taxa na reunião de fevereiro.
Apesar da elevação das taxas, o nível de inadimplência permanece praticamente estável, passando de 3,0% em outubro para 3,1% em novembro. Nos onze primeiros meses do ano, a alta total foi de 0,2 ponto percentual.
Em novembro, também houve elevação no spread bancário, a diferença entre o custo de captação de recursos pelas instituições financeiras e o que elas cobram dos clientes na concessão do crédito.
O patamar do spread nas operações com recursos livres ficou em 23,4 pontos percentuais no mês, contra 22,9 pontos em outubro. No ano, a alta acumulada é de 2,5 pontos.
Olhando para as pessoas físicas, o BC afirmou que o destaque na subida dos juros médios sobre o mês anterior foi para os financiamentos para compra de veículos (+2,7 pontos) e cartão de crédito rotativo (+2,6 pontos).
No acumulado do ano, as maiores elevações foram no parcelado do cartão de crédito (+18,6 pontos), no rotativo do cartão (+18,3 pontos) e no cheque especial (+14,0 pontos).
A taxa do rotativo do cartão de crédito encerrou o mês em 346,12% ao ano, maior patamar desde agosto de 2017, quando ficou em 392,29% ao ano.
Crescimento do estoque
Apesar da elevação de custos, o estoque de crédito no Brasil manteve trajetória de elevação. O volume total subiu 1,8% em novembro sobre outubro, a 4,575 trilhões de reais, correspondente a 53,2% do Produto Interno Bruto (PIB).
No acumulado do ano, o estoque de crédito no país subiu 13,8% e, em 12 meses, 15,6%.
No segmento de recursos livres, a alta foi de 2,4% em novembro e 16,6% no ano, enquanto no segmento de recursos direcionados o aumento foi de 0,8% e 9,9%, respectivamente.