Economia

Taxa de desemprego melhora no 2º trimestre, mas trabalhador não vê aumento na renda

29 jul 2022, 11:09 - atualizado em 29 jul 2022, 15:56
desemprego
O rendimento real habitual ficou estável entre o trimestre atual e o anterior, fechando junho em R$ 2.652 e caiu 5,1% no ano. (Imagem: Jeso Carneiro/Flickr)

No segundo trimestre, o Brasil atingiu a menor taxa de desemprego para o período desde 2015. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa ficou em 9,3%.

Os dados mostram que o desemprego vem caindo de maneira consistente, depois de chegar a uma taxa de 14,2%, no segundo trimestre de 2021. No entanto, essa melhora não está sendo registrada nos salários.

Conforme aponta André Perfeito, economista-chefe do Necton, o rendimento real habitual ficou estável entre o trimestre atual e o anterior, fechando junho em R$ 2.652 e caiu 5,1% no ano.

“Se observarmos a evolução, o rendimento vem melhorando desde dezembro do ano passado. No entanto, a melhora recente ainda é tímida frente ao tombo registrado nos últimos anos. O rendimento está ainda abaixo dos patamares de 2012, ou seja, a renda é menor em termos reais do que há uma década”, afirma.

Por outro lado, a massa salarial, que é a soma de todos os rendimentos, está subindo fortemente. No período analisado, a massa de rendimento real habitual totalizou R$ 255,7 bilhões – crescendo 4,4% frente ao trimestre anterior e 4,8% na comparação anual.

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Mão de obra desperdiçada

O que acontece é que a mão de obra desperdiçada ainda é alta. Embora a taxa composta de subutilização seja a menor desde 2016, de 21,2%, e a quantidade de trabalhadores subutilizados tenha caído 7,7% no trimestre e 24,1% no ano, os dados mostram que ainda são 24,7 milhões de pessoas neste grupo.

O contingente de trabalhadores subutilizados, também chamada de “mão de obra desperdiçada”, compreende desempregados, pessoas que trabalham menos horas do que gostariam e os trabalhadores que não buscam emprego, mas gostariam de trabalhar. O indicador é um bom termômetro do mercado de trabalho, por englobar a subocupação e a desistência da procura por trabalho.

“Daria para dizer que no agregado vai bem, mas no indivíduo vai mal”, afirma André. “A criação de vagas vai continuar melhorando, contudo, a renda permanecerá baixa e assim como uma ociosidade ainda grande no mercado de trabalho. Isso evita que o salário suba mais fortemente em termos nominais para dar conta da inflação mais persistente.”

Informalidade

A taxa de informalidade também não é das melhores. O número de trabalhadores informais chegou a 39,3 milhões, batendo recorde da série histórica do indicador, iniciada em 2015. A taxa, de 40%, recuou ligeiramente em relação ao trimestre anterior (40,1%) e permaneceu estável no ano.

Além disso, o número de empregados sem carteira assinada no setor privado também foi o maior da série, de 13 milhões de pessoas. Esse contingente cresceu 6,8% em relação ao trimestre anterior (mais 827 mil pessoas) e 23,0% (2,4 milhões de pessoas) no ano.

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