Opinião

Tatiana Pimenta: sua saúde mental pode interferir nas suas finanças; saiba como!

23 jun 2021, 19:23 - atualizado em 23 jun 2021, 19:39
Tatiana Pimenta - CEO da Vittude (3)
Tatiana Pimenta, fundadora e CEO da Vittude (Imagem: Juliana Frug/Reprodução)

Um problema de saúde mental afeta diversas áreas da vida de uma pessoa: vida profissional, vida social, vida afetiva e vida financeira. Essas interferências não acontecem de uma só vez, e sim como um “efeito dominó”.

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Quando uma área é afetada e a pessoa não cuida da saúde mental, é uma questão de tempo para outras áreas sofrerem também.

A partir de então, aparece outro problema. Crises financeiras intensificam o estresse e geram uma série de emoções negativas que agravam o humor.

Preocupar-se constantemente com a possível escassez de seus recursos financeiros também causa insônia e ansiedade, que interferem no funcionamento diário.

A pessoa com saúde mental debilitada e problemas financeiros entra em um ciclo de preocupação, estresse e insatisfação contínua com a sua realidade.

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Por se encontrar em uma situação desconfortável, ela também pode ter vergonha ou medo de compartilhar os seus impasses com os outros, optando por se afastar de amigos e familiares.

Sozinha, contudo, ela dificilmente consegue reestruturar as áreas debilitadas de sua vida.

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Como a saúde mental interfere nas finanças?

Uma saúde mental debilitada interfere nas finanças de diversas formas.

Crises financeiras intensificam o estresse e geram uma série de emoções negativas que agravam o humor (Imagem: Pixabay/silviarita)

O “X” da questão é que quanto mais problemas com dinheiro uma pessoa possui, mais emoções, sentimentos e pensamentos negativos ela alimenta.

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Com o bem-estar psicológico debilitado, mais dificuldade ela tem para controlar os seus gastos. Para reencontrar tanto o equilíbrio mental e emocional quanto o financeiro, é preciso buscar ajuda psicológica.

Depressão

A depressão é uma condição que causa muitos impactos na vida profissional. Ela contribui para dois fenômenos presentes no mercado de trabalho: o presenteísmo, quando profissionais trabalham sem estarem engajados (como se o corpo estivesse ali, e a mente não), e o absenteísmo, quando profissionais não aparecem na empresa ou chegam constantemente atrasados sem justificativa.

Pense assim: se você não consegue trabalhar e o trabalho é a sua principal fonte de renda, como ganhará dinheiro para ter uma vida confortável?

Além disso, a depressão rouba da pessoa a energia para enfrentar os dilemas do dia a dia e ainda interfere na sua capacidade de se concentrar em tarefas simples.

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Consequentemente, ela tem dificuldade para tomar decisões benéficas para a sua vida, o que pode impactar em suas decisões financeiras.

Ansiedade

A ansiedade também interfere na capacidade de tomar decisões em razão da apreensão constante, podendo refletir em uma má gestão da vida financeira.

A pessoa ansiosa pode ter domínio sobre áreas específicas de sua vida e ser extremamente ansiosa em relação às outras, incapaz de administrá-las como deveria.

Muitas pessoas sofrem com a chamada “ansiedade financeira”, considerada uma ramificação do transtorno de ansiedade generalizada.

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O principal sintoma dessa condição é o comportamento esquivo. A pessoa evita lidar com quaisquer problemas financeiros, contribuindo para o seu agravamento.

Por outro lado, a pessoa ansiosa também pode gastar em excesso na tentativa de proporcionar uma sensação de bem-estar momentânea, ou de ignorar a seriedade de seus problemas financeiros.

Ela normalmente se sente culpada ou frustrada após um episódio de gastos excessivos, mas tem dificuldade para se controlar.

A ansiedade constante e intensa pode estimular o aparecimento da Síndrome do Pânico, da Fobia Social, da Agorafobia e outras condições de saúde mental.

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A ansiedade constante e intensa pode estimular o aparecimento da Síndrome do Pânico (Imagem: Pixabay/Sammy-Williams)

Transtorno Bipolar

Um dos sintomas que costumam preocupar quem possui o Transtorno Bipolar, bem como seus familiares, é a má gestão do dinheiro.

Durante a fase maníaca, a pessoa bipolar tende a gastar o seu dinheiro sem pensar, em itens desnecessários, afundando-se em dívidas. Festas, bebidas alcoólicas, objetos decorativos, roupas e alimentos são alguns dos gastos impulsivos costumeiros.

Estresse

O estresse pode tanto ser a causa do agravamento dos problemas financeiros quanto uma consequência da preocupação com o dinheiro.

A pessoa estressada pode recorrer a maneiras pouco saudáveis de lidar com o desgaste emocional do dia a dia, como beber, fumar, gastar ou comer excessivamente.

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Do mesmo modo, o estresse causa uma condição chamada “estresse financeiro”. Assim como a “ansiedade financeira”, ela dificulta a gestão das finanças, fazendo com que a pessoa estressada tenha condutas inadequadas com seu dinheiro.

Do mesmo modo, o estresse causa uma condição chamada “estresse financeiro” (Imagem: Pixabay/@annca)

Embora a maioria das pessoas tenha consciência que o dinheiro não resolve todos os problemas e tampouco é uma fonte inesgotável de felicidade, o medo, o estresse e o desespero podem dominar quando se está com dificuldades nesta área.

É preciso cuidar da saúde mental para cuidar das finanças

Como se pode perceber, a saúde mental possui ligação direta com a nossa vida financeira, bem como outras áreas que contribuem para o seu enriquecimento ou enfraquecimento. Para evitar crises financeiras devastadoras e incontáveis dívidas, é preciso cuidar da saúde da mente.

Para isso, você pode avaliar os seus hábitos financeiros e identificar quais são problemáticos e quais são bons, mas podem ser aprimorados.

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Por exemplo, você costuma fazer compras quando está ansioso ou triste para se sentir melhor? Esse hábito, além de não aliviar o mal-estar emocional, corrobora para suas dificuldades financeiras.

O autocuidado diário é indispensável para termos uma boa convivência não somente com os outros, mas com nós mesmos. Quando estamos em paz com quem somos e o nosso estilo de vida, dificilmente sucumbimos ao estresse, à tristeza, à ansiedade e à raiva por períodos prolongados.

O autocuidado diário é indispensável para termos uma boa convivência não somente com os outros, mas com nós mesmos (Imagem: Pixabay/geralt)

Todavia, pode ser complicado modificar hábitos e encontrar a origem de comportamentos disfuncionais associados ao dinheiro. É por essa razão que recomendo buscar a terapia.

O psicólogo é apto a identificar se você está convivendo com um problema psicológico sem saber, se está demasiadamente estressado ou se tem traumas e crenças que dificultam a administração das suas finanças.

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Com o esclarecimento dessas questões, você pode começar a trabalhar para criar uma vida financeira mais estável e saudável.

Além disso, a terapia auxilia no cuidado com outras áreas da vida, como relacionamentos, carreira e família. Como o desequilíbrio em uma esfera pode facilmente afetar as outras e ocasionar problemas, precisamos cuidar para manter a harmonia entre elas.

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CEO da Vittude
Tatiana Pimenta é CEO e fundadora da Vittude. Engenheira que se apaixonou pela Psicologia, pelo estudo constante do comportamento humano e da felicidade. Com mais de 15 anos de experiência profissional, foi executiva de sucesso em empresas de grande porte como Votorantim Cimentos e Arauco. Única brasileira finalista da premiação internacional Cartier Women's Initiative Awards em 2019. Faz terapia há mais de 8 anos, é maratonista amadora e praticante de Mindfulness. Encontrou na corrida de rua e na meditação fontes de disciplina, foco, felicidade e produtividade. É colunista dos portais Money Times, Startupi e Superela
tatiana.pimenta@moneytimes.com.br
Tatiana Pimenta é CEO e fundadora da Vittude. Engenheira que se apaixonou pela Psicologia, pelo estudo constante do comportamento humano e da felicidade. Com mais de 15 anos de experiência profissional, foi executiva de sucesso em empresas de grande porte como Votorantim Cimentos e Arauco. Única brasileira finalista da premiação internacional Cartier Women's Initiative Awards em 2019. Faz terapia há mais de 8 anos, é maratonista amadora e praticante de Mindfulness. Encontrou na corrida de rua e na meditação fontes de disciplina, foco, felicidade e produtividade. É colunista dos portais Money Times, Startupi e Superela