Tarifas de Trump sobre aço e alumínio do Brasil começam a valer nesta quarta-feira (12)

Nesta quarta-feira (12), começam a valer a taxação de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio feitas pelos Estados Unidos. A medida foi anunciada pelo presidente Donald Trump no mês passado e deve impactar o Brasil.
Em torno de um quarto do aço usado nos EUA é importado e dados do governo americano mostram que o Brasil é o segundo maior fornecedor em volume para o mercado norte-americano.
Entre novembro de 2023 e novembro de 2024, foram comercializadas 3,98 milhões de toneladas (16,3% do consumido no país). O produto brasileiro só fica atrás do Canadá, que fornece 22,6% do aço importado (5,48 milhões).
Considerando os valores, o Brasil assume o terceiro lugar, com US$ 2,91 bilhões das importações, atrás do Canadá (US$ 6,64 bilhões) e México (US$ 3,20 bilhões).
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No caso do alumínio, o maior comprador do Brasil é o Japão, sendo que os EUA ficam em segundo lugar. O Canadá também é o maior fornecedor dos norte-americanos neste caso.
Em 2018, durante o seu primeiro mandato, o presidente dos EUA chegou a impor tarifas de 25% sobre importação de aço e 10%. Na época, a justificativa era a segurança nacional, mas o Brasil conseguiu negociar um sistema de cotas que permitiu continuar exportando sem a aplicação das taxas, mas com restrições de volume.
Na semana passada, Trump chegou a dizer que vai modificar as tarifas sobre aço e alumínio, mas não deu mais sobre quais seriam as alterações. Ontem, o republicano anunciou uma tarifa adicional de 25% sobre todo o aço e alumínio vindos do Canadá, elevando a tarifa total sobre esses produtos para 50%, mas voltou atrás horas depois.
Segundo o governo americano, a nova taxa de 25% é para “todos os parceiros comerciais, sem exceções ou isenções”.
Brasil não é problema para os EUA, diz Alckmin
Recentemente, o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou que o Brasil “não é um problema” para os Estados Unidos e que o país buscar uma boa relação comercial.
Segundo Alckmin, os EUA exportam mais para o Brasil do que importam, diferentemente do que acontece com outros países do mundo. Representantes dos dois países estão organizando um grupo de trabalho para “cooperação econômica”.