Tarifaço de Trump pode trazer boas notícias para a inflação americana em um segundo momento, diz analista
A imposição de tarifas ao Canadá, México e China por parte dos Estados Unidos (EUA) abalou a abertura dos mercados nesta segunda-feira (3). Para João Piccioni, CIO da Empiricus Gestão, as medidas podem afetar o consumo americano, retraindo a economia e, consequentemente, ajudando a segurar a inflação.
“Uma eventual desaceleração da economia americana não deveria ser vista como negativa. Talvez isso tenha um propósito até maior do Trump, de como frear a economia sem que ele afete a narrativa para o mercado interno”, disse Piccioni, em entrevista ao Giro do Mercado.
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Entretanto, o analista ressalta que essa perspectiva trata-se de uma análise que considera um segundo momento. De imediato, o país deve sentir algum impacto nos índices de preços, mas não na mesma proporção das tarifas.
“O primeiro impacto é negativo para os mercados, estamos vendo reações em todos os segmentos. Alguns deles, de certa forma, tendem a sofrer mais com retaliações, como por exemplo, como a Europa pode retaliar os serviços das Big Techs”, afirmou o analista.
Na visão de Picconi, uma eventual retaliação das grandes empresas de tecnologia é capaz de trazer fatores negativos para os países que optarem por isso, como aumento de preços dos serviços. O setor de consumo também deve sofrer com novas tarifas.
Vale ressaltar que as lideranças governamentais dos países vizinhos se manifestaram ao longo da manhã. A presidente do México, Claudia Sheinbaum, anunciou um acordo com Trump para pausar tarifas durante um mês. Justin Trudeau, primeiro-ministro canadense deve conversar com Trump ainda hoje.
O especialista João Picconi ainda comentou sobre o desempenho de commodities no mercado doméstico e detalhou suas perspectivas para os próximos meses. Para assistir o programa na íntegra, acesse o canal do Money Times no Youtube.