Tarifaço de Trump: O que fazer com as ações da WEG (WEGE3) de acordo com o Itaú BBA e o BTG Pactual? 

As ações da WEG chegaram a cair mais de 2% com investidores repercutindo possíveis impactos do 'tarifaço' de Trump na companhia (Imagem: Weg/Divulgação)

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Em meio ao clima de imposição de novas tarifas dos Estados Unidos contra vários países, a WEG (WEGE3) é vista com atenção pelo mercado brasileiro. Nesta segunda-feira (3), as ações da companhia operam em queda no Ibovespa (IBOV). 

Mesmo após a notícia de que o México e os Estados Unidos entraram em acordo para adiar as tarifas sobre os produtos mexicanos por um mês e a expectativa de uma negociação com o Canadá, os papéis da companhia brasileira seguem repercutindo possíveis impactos do ‘tarifaço’ de Trump. 

Por volta de 15h17 (horário de Brasília), WEGE3 registrava queda de 1,98%, a R$ 53,95. Acompanhe o Tempo Real. 

O que está em jogo para WEG… 

Para o BTG Pactual e o Itaú BBA, a fabricante de equipamentos WEG está estrategicamente posicionada para reduzir o impacto das tarifas mais altas, com implicações limitadas para receita e lucratividade.

A WEG tem uma exposição de cerca de 25% da receita líquida ao mercado dos Estados Unidos (EUA), principalmente em transformadores e motores de ciclo curto — um terço dos produtos são fabricados no país norte-americano, outro terço no México e o restante em outras regiões como o Brasil. 

Como resultado, cerca de 8% da receita líquida da empresa está diretamente exposta à imposição de tarifas mais altas. 

… e qual a saída? 

Os analistas do Itaú BBA destacam que a empresa tem maneiras de “compensar” as pressões tarifárias. 

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“A empresa pode alavancar sua integração vertical e flexibilidade de fabricação para realocar a produção para instalações alternativas, mitigando assim os aumentos diretos de custos (semelhante ao que aconteceu durante a Covid)”, escreveu a equipe liderada por Daniel Gasparete. 

“É importante considerar que as instalações adquiridas da Regal Rexnord, incluindo nos EUA, entraram com 50% de capacidade ociosa”, acrescenta o relatório. 

Na mesma linha, o BTG Pactual afirma que a WEG pode acelerar a integração dos ativos da Regal Rexnord para compensar a aquisição de insumos mais caros do México.

“Outra alternativa provável é utilizar parte da capacidade incremental do Brasil para abastecer os EUA”, escreveram os analistas Lucas Marquiori, Fernanda Recchia e Marcel Zambello. 

“Dada a forte depreciação do real e a competitividade em escala da fábrica de Jaraguá do Sul, podemos ver um aumento nos volumes de exportação do Brasil para os EUA.”

• Trump cumpre ameaças e ‘tarifaço’ para Canadá e México derruba mercados globais; confira no Giro do Mercado como se posicionar para proteger seus investimentos:

É hora de vender as ações WEGE3?

Tanto o BTG Pactual quanto o Itaú BBA mantiveram a recomendação de compra para as ações WEGE3. 

Os analistas do BBA afirmam que o sentimento de curto prazo das tarifas de Trump é o que tem afetado o desempenho dos papéis da fabricante de equipamentos brasileira. 

Para eles, os ajustes de preços, como o visto hoje, podem servir como um “amortecedor parcial”. 

“Embora não antecipemos um impacto material nas finanças, reconhecemos que a reação inicial do mercado pode ser impulsionada pelo sentimento, particularmente dada a incerteza macroeconômica mais ampla em torno das mudanças na política comercial”, diz o relatório assinado pela equipe de Daniel Gasparete.