Internacional

Taiwan diz que militares da China tentam desgastar ilha, mas é capaz de reagir

29 nov 2021, 9:36 - atualizado em 29 nov 2021, 9:36
“A intenção deles é desgastar lentamente, para mostrar a você que ‘temos este poder'”, disse o ministro da Defesa, Chiu Kuo-cheng (Imagem: REUTERS/Ann Wang)

Os militares da China estão tentando desgastar as Forças Armadas de Taiwan com suas missões constantes nas redondezas, mas Taiwan é capaz de reagir, disse o ministro da Defesa da ilha nesta segunda-feira depois de um novo pico de atividade da Força Aérea chinesa.

No domingo, Taiwan acionou caças depois que 27 aviões da Força Aérea chinesa voltaram a entrar em sua zona de identificação de defesa, conhecida como Adiz.

“A intenção deles é desgastar lentamente, para mostrar a você que ‘temos este poder'”, disse o ministro da Defesa, Chiu Kuo-cheng, aos repórteres nos bastidores de um briefing a parlamentares, quando indagado sobre a incursão mais recente.

“Nossas forças nacionais mostram que, embora vocês possam ter este poder, temos contramedidas.”

Taiwan se queixa há um ano ou mais de missões constantes da Força Aérea da China perto da ilha de governo democrático e sua Adiz, que não é seu espaço aéreo territorial, mas uma área mais ampla que Taiwan monitora e patrulha e que serve para lhe dar mais tempo para reagir a qualquer ameaça.

Taiwan, que a China reivindica como parte de seu território e que não descarta tomar à força, classifica as atividades do governo chinês como uma guerra de “zona cinzenta”.

Chiu, que descreveu a situação como “muito séria”, disse que a ilha continuará a analisar os tipos de aeronaves que a China usa para fundamentar planos futuros.

A missão chinesa mais recente incluiu 18 caças, cinco bombardeiros H-6 de capacidade nuclear e, o que foi incomum, uma aeronave de reabastecimento aéreo Y-20, informou o Ministério da Defesa taiwanês.

Os bombardeiros e seis dos caças voaram ao sul de Taiwan e entraram no Canal de Bashi, que separa a ilha das Filipinas, e depois rumaram ao Oceano Pacífico antes de voltarem para a China, de acordo com um mapa fornecido pelo ministério.

As aeronaves foram acompanhadas pelo avião de reabastecimento, o que leva a crer que a China reabasteceu os bombardeiros de alcance mais curto no ar, uma habilidade que a Força Aérea ainda está aprimorando para poder projetar seu poder além das praias chinesas.

Taiwan despachou aeronaves de combate para dissuadir os aviões chineses, e sistemas de mísseis foram acionados para monitorá-los, disse o ministério.

A China disse anteriormente que tais missões são concebidas para proteger sua soberania.