Taiwan diz que ameaça da China permanece, apesar de redução de exercícios militares
A ameaça de força da China permanece, disse a presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, nesta quinta-feira, embora os maiores exercícios militares já realizados por Pequim ao redor da ilha pareçam estar diminuindo.
Furiosa com uma visita à Taiwan na semana passada pela presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, a China lançou mísseis balísticos e mobilizou várias aeronaves e navios de guerra nos últimos dias para simular ataques marítimos e aéreos.
A China, que reivindica Taiwan como parte de seu território, disse na quarta-feira que manterá as patrulhas, mas “concluiu várias tarefas” perto de Taiwan, sinalizando um possível fim dos jogos de guerra, mesmo mantendo a pressão.
Taiwan também vem realizando exercícios anuais de escala relativamente pequena, programados antes da visita polêmica e destinados a se preparar para repelir uma invasão.
“Neste momento, a ameaça de força militar chinesa não diminuiu”, disse Tsai aos oficiais da Força Aérea, segundo um comunicado de seu gabinete.
Taiwan não aumentará o conflito nem provocará disputas, afirmou ela, acrescentando: “Vamos defender firmemente nossa soberania e segurança nacional e aderir à linha de defesa da democracia e da liberdade”.
Uma fonte informada sobre o assunto disse à Reuters que o número de navios de guerra perto da linha mediana do Estreito de Taiwan, uma zona de proteção não oficial, foi “bastante reduzido” em relação aos dias anteriores.
Mas vários navios da Marinha chinesa estavam realizando missões na costa leste de Taiwan e perto da ilha japonesa de Yonaguni nesta quinta-feira, declarou a fonte familiarizada com o planejamento de segurança.
Yonaguni é a ilha japonesa mais próxima de Taiwan, a cerca de 100 km de distância.
O Ministério da Defesa de Taiwan informou em comunicado que detectou na quinta-feira 21 aeronaves militares chinesas e seis navios chineses dentro e ao redor do Estreito de Taiwan, dos quais 11 aviões cruzaram a linha mediana.
Isso foi inferior às 36 aeronaves e 10 navios detectados no dia anterior, quando 17 aeronaves cruzaram a linha mediana.
Taiwan vive sob a ameaça de invasão chinesa desde 1949, quando o derrotado governo nacionalista da República da China fugiu para a ilha depois que o Partido Comunista de Mao Zedong venceu uma guerra civil.
A China diz que suas relações com Taiwan são um assunto interno e se reserva o direito de colocar a ilha sob seu controle, pela força, se necessário.
O governo democraticamente eleito de Taiwan afirma que a República Popular da China nunca governou a ilha, portanto não tem o direito de decidir seu futuro ou reivindicá-la para si.
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